Justiça

Ex-rei das criptomoedas, Sam Bankman-Fried vai recorrer da sentença de 25 anos de prisão

Magnata entrou com pedido de apelação no tribunal nesta quinta-feira, mas pode levar muitos meses até que o tribunal ouça seus argumentos

Sam Bankman-Fried, ex-presidente da plataforma de criptomoedas FTX Sam Bankman-Fried, ex-presidente da plataforma de criptomoedas FTX  - Foto: AFP/Arquivos

Sentenciado a 25 de anos de prisão, o cofundador da FTX, Sam Bankman-Fried, vai recorrer da sua condenação e sentença. Ele foi acusado em novembro de 2023 por usar dinheiro — mais de US$ 8 bilhões de usuários de sua plataforma para financiar diversos projetos pessoais.

O magnata americano entrou com pedido de apelação no tribunal federal em Manhattan nesta quinta-feira, iniciando formalmente o processo para reverter sua condenação e punição.

O pedido ocorre duas semanas após o juiz Lewis Kaplan condenar Bankman-Fried a 25 anos de prisão por cometer a 'fraude da década', concluindo que o ex-CEO não estava arrependido pelo crime. Um júri havia condenado o graduado do MIT por fraude após julgamento no final de 2023.

Não está claro, porém, com base em quais argumentos Bankman-Fried pretende apelar. Sua equipe de defesa foi impedida, no julgamento, de chamar uma série de testemunhas especialistas e apresentar evidências sobre o que lhe foi dito pelos advogados da FTX antes que a empresa entrasse em colapso.

Numa mudança de postura em relação aos protestos anteriores sobre as duras condições no Centro de Detenção Metropolitano de Brooklyn, Bankman-Fried também solicitou ficar na prisão enquanto prossegue com a apelação. Mas pode levar muitos meses até que o tribunal de apelações federais ouça os argumentos do ex-bilionário.

Bankman-Fried sempre afirmou sua inocência, alegando que não cometeu fraudes conscientemente ou roubou US$ 10 bilhões de clientes, investidores e credores. Os procuradores federais argumentaram que ele usou recursos para negociar no fundo de hedge, Alameda Research, para comprar imóveis de luxo nas Bahamas e financiar doações políticas.

A FTX chegou a ser uma das maiores bolsas de criptomoedas do mundo, e Bankman-Fried, que convivia com políticos e aprovava patrocínios com celebridades, era um farol de inovação no mundo da criptografia. Embora tenha cometido erros, ele sustentou que não fraudou conscientemente ninguém.

Mesmo em sua sentença, Bankman-Fried reiterou suas afirmações anteriores de que a FTX não estava insolvente quando entrou com pedido de falência em novembro de 2022, após uma onda de saída de clientes. Ele criticou a nova equipe da FTX que gerencia o enorme caso de falência e questionou por que os clientes ainda não haviam sido reembolsados, pois "havia ativos suficientes".

A advogada Alexandra Shapiro está lidando com a apelação de Bankman-Fried, segundo arquivamento desta quinta-feira.

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