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REDE SOCIAL

Executiva da TikTok diz que foi demitida por falta de ''docilidade'', exigida de funcionárias

Executiva alega discriminação etária e de gênero. O processo ocorre poucos meses depois que a ByteDance foi acusada de racismo por ex-funcionários negros

TiktokTiktok - Foto: Pinterest/Reprodução

A ex-chefe de marketing global do TikTok disse que foi demitida porque o presidente da ByteDance, Zhang Lidong, e outros executivos determinaram que a ela “faltava a docilidade e mansidão” que eles acreditavam ser fundamental em funcionárias mulheres.

A reclamação faz parte de uma ação movida na quinta-feira (8) no tribunal federal de Manhattan contra a rede social e sua controladora, ByteDance, em nome de Katie Ellen Puris. A mulher começou a trabalhar na TikTok como diretora administrativa e chefe de marketing empresarial nos Estados Unidos (EUA) em dezembro de 2019.

Puris disse que foi “extraordinariamente bem-sucedida” na empresa e acabou sendo promovida para liderar a equipe de marketing empresarial global em dois meses. Segundo ela, porém, depois de começar a participar de reuniões quinzenais com Zhang, foi “submetida a tratamento díspar” e acabou demitida.

“O tratamento díspar que a Sra. Puris recebeu só aumentou à medida que ela se aproximava dos 50 anos, e os executivos da empresa deixaram claro que preferiam funcionários jovens e menos experientes, que eles acreditavam ser mais inovadores e flexíveis”, disseram os advogados na denúncia.

O processo ocorre poucos meses depois que a ByteDance foi acusada de racismo e retaliação por ex-funcionários negros, os quais alegam que a empresa os demitiu porque eles se manifestaram contra a discriminação em uma reclamação à Comissão de Igualdade de Oportunidades de Emprego dos EUA.

A TikTok não respondeu a um pedido de resposta da Bloomberg sobre o processo. A denúncia inclui alegações de discriminação por sexo e idade.

Puris, ex-executiva do Google e do Facebook, afirma que foi demitida porque não tinha a “docilidade e mansidão” exigidas das funcionárias e não se enquadrava na “visão estereotipada de como as mulheres deveriam se comportar”, que Zhang defendia.

Ela conta que quando denunciou que foi assediada sexualmente num evento do setor na França, em junho de 2022, pelo diretor-gerente de uma agência de publicidade, a empresa a forçou a escolher entre segurança e oportunidades de trabalho.

Na ocasião, o TikTok teria desfeito a sua equipe e lhe dado uma “avaliação de desempenho devastadoramente baixa”. Ela ainda teve o bônus anual negado, foi retirada do cargo e, depois, demitida.

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