Falta de componentes dificulta entrega de aviões pela Embraer
Problemas nas cadeias globais de suprimentos tornam mais difícil para a fabricante brasileira cumprir prazos de encomendas de jatos, admite presidente da empresa
A falta de componentes na cadeia de suprimento do setor de aviação vai comprometer fluxo de entrega de aeronaves comerciais pela Embraer em 2022. A informação foi confirmada pelo CEO da empresa, Francisco Gomes Neto, à Bloomberg.
— Estamos sofrendo com as restrições na cadeia de suprimentos. Nós tivemos um primeiro semestre difícil — afirmou Gomes Neto à Bloomberg, antes do Airshow internacional de Farnborough, que começa nesta segunda-feira. — Estamos fazendo tudo ao nosso alcance para mitigar os problemas.
A Embraer não é a única empresa do setor a enfrentar dificuldades para conseguir as partes necessárias para construir uma aeronave. A gigante Airbus afirmou em junho que, até o final de maio, a companhia tinha apenas 20 planadores, ou naves montadas totalmente sem motores, que não puderam ser exportadas. As principais lacunas enfrentadas no momento são escassez de motores e o painel eletrônico de aeronaves.
Mais conhecida por construir aviões pequenos e de uso regional usados em trajetos curtos, a Embraer segue mantendo a orientação de entregar entre 60 e 70 naves da família E-Jet neste ano. Se atender a projeção, o resultado será melhor que as 50 aeronaves que foram exportadas em 2020 e 2021.
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A escassez de componentes, junto com a carência de mão de obra nos Estados Unidos, está prejudicando mais a Embraer nos últimos meses, segundo Gomes Neto. Ele destaca, no entanto, que ainda há "muitas" entregas para completar até o final deste ano.
O terceiro trimestre deve evidenciar à fabricante de aviões se vai conseguir chegar perto de atender às metas estratégicas para 2022, apesar do CEO da empresa acreditar que não será possível atender os objetivos definidos anteriormente.
A empresa já destacou mais de 20 funcionários para trabalhar com fornecedores e sub-fornecedores para atender os pontos mais críticos da cadeia de suprimentos e garantir que a Embraer consiga comprar as partes que precisa para montar aeronaves, aponta Gomes Neto.