IBGE

Falta de recursos, atraso no Censo e novas pesquisas, os desafios de Pochmann no IBGE

Economista foi anunciado ontem como o novo presidente do instituto de estatística, numa escolha pessoal do presidente Lula

Recenseador do IBGE: pesquisa começou no dia 1º de agosto, e profissionais tem relatado uma série de dificuldades Recenseador do IBGE: pesquisa começou no dia 1º de agosto, e profissionais tem relatado uma série de dificuldades  - Foto: Evandro Leal/Agência Enquadrar

O economista Marcio Pochmann, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para presidir o IBGE, que está interinamente nas mãos do diretor de Pesquisas Cimar Azeredo, vai enfrentar duas questões prementes: a falta de recursos e de pessoal. Nesta quinta-feira, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, admitiu que houve desencontro de informações sobre a escolha do nome para presidir o IBGE.

O instituto tem menos de 4 mil funcionários, número insuficiente para dar conta da demanda das atuais pesquisas e das que precisam ainda entrar no cardápio do órgão, como a do uso do tempo, que já comum em países vizinhos.

O Orçamento do IBGE está congelado em termos reais desde 2013, e o Censo, o maior levantamento socioeconômico do país, sofreu cortes severos, de quase um terço da previsão original, o que motivou atraso na coleta, com falta de recenseadores. A falta de pessoal é crônica, como lembrou a ex-presidente do instituto, Wasmália Bivar:

_ O número que temos, abaixo de 4 mil, não se sustenta, mas é preciso que se faça concursos pensando no futuro, nas qualificações novas.

Este ano, o IBGE teria que ir a campo para começar a coleta de dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), que detalha o perfil de consumo dos brasileiros é a base para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência para o sistema de metas de inflação.

Com a mudança no perfil de consumo da população, principalmente depois da pandemia, esse material é fundamental. A última foi feita entre 2017 e 2018 e deve ter periodicidade de cinco anos.

Outra frente é a integração com os registros administrativos com as pesquisas do IBGE. Hoje, isso depende de convênios específicos. Os números do governo são necessários, desde a estimativa do Produto Interno Bruto até as pesquisas sociais, como a Síntese dos Indicadores Sociais.

Essa questão precisa de ação política forte, por depender de tramitação no Congresso para liberação de registros, principalmente da Receita Federal e Banco Central.

_ O IBGE precisa de um projeto técnico que vai requerer força política para lidar com regramentos legislativos, do Congresso Nacional, mudanças no compartilhamento de dados de instituições públicas com o IBGE, harmonização de dados de gestoras de registros administrativas. O IBGE preciso alguém com vontade de fazer e capacidade de mobilização politica.

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