FAO destaca desigualdades das mulheres na agricultura
A renda delas também é menor em 18,4% no setor agrícola assalariado
Indispensáveis na produção de alimentos, as mulheres são vítimas de desigualdades, já que possuem menos terras, ganham menos e são mais vulneráveis às crises, destacou a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) nesta quinta-feira (13).
O relatório da FAO considerou, no geral, que as mulheres ocupam posições "marginais" nos sistemas agroalimentares e precisam "enfrentar condições de trabalho muitas vezes mais difíceis do que as dos homens, na medida em que se limitam a trabalhos ocasionais, ou parciais, informais e pouco qualificado".
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As mulheres representam mais da metade da força de trabalho agrícola em muitos países da África subsaariana e pouco menos da metade no Sudeste Asiático.
Elas ficam muito atrás no acesso à terra em muitas partes do mundo, assim como em relação a insumos (fertilizantes, sementes), financiamento e tecnologia.
"A proporção de homens que possuem direitos de propriedade, ou direitos garantidos sobre terras agrícolas, é o dobro da das mulheres" em 40% dos países que fornecem dados sobre propriedade de terras por mulheres, indica a FAO.
Devido à falta de recursos e de informações, "as mulheres também têm menos capacidade de adaptação e resiliência frente às crises climáticas".
Segundo a agência, "22% das mulheres perderam seu emprego" no primeiro ano da pandemia da Covid-19. O número entre os homens é de apenas 2%.
A renda delas também é menor em 18,4% no setor agrícola assalariado.
"A eliminação das disparidades existentes entre mulheres e homens no que diz respeito à produtividade agrícola e aos salários (...) permitiria aumentar o PIB mundial em 1%", destaca a FAO.