Fatura com gastos de anos anteriores vai a R$ 284 bi em 2024 e pressiona meta de déficit zero
"Restos a pagar" aumentaram 6,7% em 2023
Os chamados "restos a pagar" subiram 6,7% em 2023, já desconta a inflação, e atingiram R$ 284,8 bilhões. Esse é o volume de dinheiro cuja despesa foi autorizada em anos anteriores, mas que ficou para ser paga depois.
Segundo relatório divulgado pelo Tesouro Nacional, o aumento real chegou a R$ 18 bilhões. A proporção de restos a pagar ficou estável em 8,2% do PIB.
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Do estoque de R$ 284,8 bilhões, 80,4% referem-se a valores empenhados (autorizados) no exercício de 2023 e 19,6% correspondem a valores empenhados em anos anteriores.
O aumento desse número é uma dificuldade a mais para o governo conseguir cumprir a meta de déficit primário zero este ano. A partir do momento em que um serviço é contratado pela administração pública, o governo precisa fazer a reserva desse valor. Quando o serviço é executado, a despesa é liquidada, mas nem sempre paga no mesmo ano.
Agora, o governo terá que usar o Orçamento de 2024 para pagar despesas de anos anteriores.