Logo Folha de Pernambuco

Inflação

Fazenda defende proposta de limitar crescimento dos gastos à inflação

Outra proposta em estudo no Congresso é reduzir o prazo de revisão do mecanismo

Deputado estadual vota em PetrolinaDeputado estadual vota em Petrolina - Foto: Divulgação/Assessoria

O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, defendeu nesta terça-feira (20) a versão original da proposta de alteração da Constituição que limita o crescimento dos gastos do governo à inflação. Ele foi questionado sobre a informação revelada pela Folha de S.Paulo de que a revisão do teto dos gastos pode ser atrelada à queda da dívida pública e ao crescimento da economia brasileira.

O relator da proposta, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), estuda a possibilidade de permitir uma mudança no índice usado para corrigir as despesas públicas a cada ano quando a dívida bruta cair para 55% do PIB (Produto Interno Bruto) e a economia brasileira registrar um crescimento "razoável". O indexador proposto pelo Executivo é a inflação medida pelo IPCA.

"A opinião da Fazenda é a proposta original de crescimento real zero por nove anos com possibilidade de mudança proposta pelo presidente da República a partir do décimo ano. O resto do mundo fez um ajuste muito mais drástico, combinando corte de despesa, de salário, queda nominal em valor de aposentadoria e aumento de carga tributária. Não é isso que o Brasil está fazendo. O Brasil está fazendo um ajuste muito suave. Muito gradual", afirmou o secretário.

De acordo com o Ministério da Fazenda, não há cálculos que prevejam quando esse cenário, com dívida bruta em 55% do PIB, será atingido. O secretário não deixou claro, no entanto, se o governo aceitará negociar a mudança estudada pelo relator.

Mansueto Almeida disse que o prazo sugerido pelo governo é o adequado. "Algumas pessoas chegam para a gente e dizem que Brasil [...] pode crescer 5 ou 6% ao ano e a redução da dívida ser muito rápida. Se isso acontecer, excelente. É muito bom ter pessoas otimistas. É algo que nos deixa lisonjeados. [...] Mas o prazo que achamos adequado para crescimento real zero é o de dez anos", disse.

Mudança

A alteração que Perondi estuda no teto de gastos permitiria substituir o indexador usado pelo mecanismo por um índice maior para algumas despesas a serem definidos. Segundo ele, seriam mantidos determinados limites para evitar um novo descontrole das contas públicas. Ele defende que essa mudança poderia estimular a redução "o mais rápido possível" da dívida.

Outra proposta em estudo no Congresso é reduzir o prazo de revisão do mecanismo, de dez para sete anos. O relator ainda não decidiu se vai adotar as propostas e já avisou que seu relatório não irá mudar a essência do teto.

Veja também

Neurotech: Busca por crédito acelera em outubro, com 1ª expansão interanual de 2024
FINANCIAMENTO

Neurotech: Busca por crédito acelera em outubro, com 1ª expansão interanual de 2024

Após surpreender em 2024, PIB da construção deve crescer menos em 2025
CONSTRUÇÃO

Após surpreender em 2024, PIB da construção deve crescer menos em 2025

Newsletter