Fazenda diz que PIB veio acima do esperado e prevê aceleração do crescimento no quarto trimestre
Secretaria de Política Econômica (SPE) diz que país teve o quinto melhor resultado entre países do G20
A Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Fazenda, avaliou que o resultado do PIB do terceiro trimestre, de 0,1% em relação ao segundo trimestre, veio acima do esperado pelo mercado financeiro e "ligeiramente" melhor que a própria projeção da pasta (zero). Para o quarto trimestre, a expectativa é de "retomada do crescimento na margem (em relação ao trimestre anterior).
"Para o 4T23, a perspectiva é de retomada do crescimento na margem. De acordo com o cenário da SPE, na comparação interanual a Agropecuária deve seguir desacelerando, mas a Indústria e os Serviços voltam a mostrar expansão no ritmo de crescimento", disse a pasta em nota.
Com o resultado do terceiro trimestre, o "carregamento estatístico" para este ano está em 3%, segundo a SPE. Isso significa que, caso a economia fique estagnada no quarto trimestre, o crescimento anual ficará em 3%.
Segundo a SPE, o resultado do PIB brasileiro no terceiro trimestre foi o quinto melhor entre os países do G20, atrás dos Estados Unidos (1,3%), México (0,9%), Indonésia (0,8%) e Coreia do Sul (0,1%).
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Com o resultado do PIB do terceiro trimestre, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBTC) teve o quarto trimestre consecutivo de retração, na comparação com o trimestre anterior. Com isso, a taxa de investimento ficou em 16,6%, abaixo da média histórica de 18%. Segundo a SPE, isso reflete uma piora no segmento de máquinas e equipamentos, além das restrições provocadas pela Selic elevada.
"Na comparação interanual, a retração se tornou mais acentuada, de -1,8% para -6,8% na passagem entre trimestres, repercutindo tanto a intensificação na queda da produção de máquinas e equipamentos como a maior retração da construção civil. A política monetária, ainda contracionista, também explica essa tendência", diz a SPE.
A pasta destaca que no quarto trimestre a indústria deve começar a se beneficiar dos cortes de juros, e os serviços devem refletir a melhora na massa real de rendimentos, a queda de inflação, assim como a melhora do crédito. Já a agricultura deve continuar desacelerando, depois de um início de ano muito forte.