'Feed booking', viagens virtuais e as espirituais: tendências do turismo segundo metabuscador Kayak
Pesquisa divulgada nesta sexta-feira mostra também crescimento na procura de destinos menos tradicionais
Comprar uma passagem aérea diretamente no feed do Instagram pode parecer improvável atualmente, mas essa é uma das apostas do Kayak para o futuro do turismo.
A empresa, que tem um metabuscador de viagens como maior produto, lançou nesta sexta-feira a pesquisa WOW! Turismo do Futuro (WTF), apontando tendências para os próximos cinco anos — e o chamado “feed booking” está entre elas.
Assim, em vez de ser redirecionado para outra plataforma, o viajante conseguiria concluir o pagamento de uma passagem ou pacote automaticamente via redes sociais. O estudo mostra também que 62% da geração Z (nascida entre 1990 e 2010) se inspira em feeds online para planejar suas viagens.
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— O ponto é entender como vai funcionar para a pessoa comprar uma passagem de R$ 6 mil através de uma rede social. Agora, você está no aplicativo e, para comprar, precisa abrir um browser e mudar de plataforma. As redes sociais são os principais canais para divulgação de conteúdo e direcionamento de tráfego, então vai ser natural as pessoas terem acesso às viagens (por meio delas) — disse Gustavo Vedovato, Country Manager do Kayak no Brasil.
Outra categoria com potencial de crescimento, segundo a empresa, é a das viagens virtuais.
A pesquisa revela que 35% dos viajantes esperam que os hoteis passem a oferecer experiências em realidade aumentada (RA). Antes de fazer a reserva, será possível “entrar” no quarto ou até mesmo conhecer os maiores pontos turísticos da cidade sem sair de casa.
Mas, se as viagens virtuais devem crescer nos próximos anos, o turismo de bem-estar já está ganhando cada vez mais adeptos.
Destinos focados em relaxamento vem recebendo maior quantidade de visitantes, assim como os turistas já olham com mais atenção para experiências longe de rotas movimentadas. Pequenas escapadas espirituais, como retiros, também ganharam espaço e devem se tornar ainda mais comuns.
— É importante a gente abordar a saúde em diversas formas. Muitos turistas internacionais vêm ao Brasil por causa do clima. Existem cidades fomentadas (nesse setor) porque se considera que o clima das montanhas, ou o clima da praia, é melhor para a saúde. Isso ainda existe no turismo. É uma tendência que vai desde retiros espirituais na Chapada dos Veadeiros e na Amazônia, até o turismo do sono, em que as pessoas viajam para um lugar silencioso e remoto para dormir — diz Paula Schulz, pesquisadora da Embratur.
A Kayak também observa uma tendência dos viajantes buscando conhecer inúmeros destinos em uma única viagem, o chamado “multidestinos”. De acordo com Paula, há tendências complementares: de viajantes buscando conhecer uma quantidade maior de lugares, enquanto buscam passar mais tempo neles.
Cesar Trifone, influenciador de turismo com mais de 900 mil seguidores e que esteve em mais de 56 países, diz que essa diferença é, na verdadem geracional:
— A geração Z está pensando muito: “eu preciso conhecer o máximo de lugares possíveis, porque vai ter outra pandemia, vai que a gente morre cedo”, enquanto os millenials pensam em ir para um lugar descansar e respirar.