Feira Agrinordeste tem início em meio à melhora econômica do agronegócio
Evento no Centro de Convenções chega a sua 28ª edição e conta com grande variedade de estandes, seminários e apresentações
Começou nesta quarta-feira (6), no Centro de Convenções de Pernambuco, a 28ª Feira Agronordeste, promovida pela Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe). A maior feira indoor do agronegócio do Norte e Nordeste conta com grande diversidade nos seus 290 estandes, com expositores de 13 estados. A feira é aberta ao público e acontece até a sexta-feira (8), funcionando das 9h às 21h.
Para a realização em 2021, a feira precisou passar por ajustes em sua estrutura, como a diminuição do número de estandes e um aumento no espaço geral, visando maior área de convivência entre os visitantes, além de um protocolo de segurança sanitária.
Em entrevista à Rádio Folha, o presidente da Faepa, Pio Guerra, falou sobre as mudanças no evento em comparação a 2019, último ano de realização da feira.
"O grande esforço nosso é para dar segurança a todos que vem e conseguem participar. Os espaços foram ampliados em 25% para ter mais área de convivência entre todos e o número de estandes foi reduzido em 6%. Isso vai dar uma segurança maior e uma possibilidade da gente ter uma média de 1500 pessoas dentro do evento, durante o dia todo", afirmou.
Ainda na entrevista, Pio Guerra também fez uma reflexão sobre o momento de crescimento que o setor agrícola vive em Pernambuco em 2021, comparando os números do estado com os dados nacionais do mesmo período, entre valor do Produto Interno Bruto (PIB), exportações e gerações de empregos.
"Nós queremos fazer uma reflexão que nesse primeiro semestre de 2021, o valor do PIB da agropecuária de Pernambuco cresceu 8%, enquanto o Brasil cresceu 3,3% também nesse mesmo período. Comparado com o ano passado, nós tivemos crescimento nas exportações do agronegócio de 36%, enquanto o Brasil cresceu 20%. Por fim, faço referência a geração de empregos. Nós tivemos no primeiro semestre 260 mil empregos e no segundo semestre, 338 mil empregos com carteira assinada, é mais um crescimento de mais de 25%", disse Pio, em entrevista à Rádio Folha.
Entre os 290 estandes, é possível ver a imensa variedade de itens dos mais diversos segmentos, mas entre os mais procurados estão os expositores de agricultura familiar e a parte de alimentos, incluindo a praça de alimentação. 
Para a nutricionista Ana Maria, do estande do município de Macaparana, a expectativa era grande no dia de abertura da Feira, a qual ela frequentava pela primeira vez. Segudo Ana, a importância do evento se dá na valorização dos produtos e da cultura tradicional do Nordeste.
"É uma exposição para que possa valorizar o Nordeste e sua cultura, seus produtos tradicionais e tentar ao máximo explorar as qualidades que temos. Para a feira, estamos trazendo a cultura da nossa cidade, com frutas, artesanato e produtos alimentícios locais", disse Ana Maria.
A vivência da Feira Agronordeste já é diferente para Gabriel Aubry, estudante de Agronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), que visita o evento pela quarta vez e espera que em 2021 o foco possa estar mais na área de tecnologia, mas já nota uma melhor organização e maior diversidade, em comparação aos anos anteriores.
"Particularmente estou achando muito mais organizado, uma quantidade muito maior de stands, em relação aos outros anos. Estamos esperando muito da parte de tecnologia e que esse setor venha a ser favorecido após essa pandemia", afirmou. 
Outro veterano na Feira Agrinordeste é o agricultor Dorgival do Vale, de Glória do Goitá, que já expõe seus produtos há cinco edições do evento. Para ele, esse é o momento de consolidação do trabalho dos agricultores da cidade, além de destacar a qualidade dos produtos apresentados, todos orgânicos e cultivados por pequenos empresários.
"Pelo que estou vendo, vai ser um sucesso. Esse é um trabalho que estamos fazendo há muito tempo, um trabalho de formiguinha, de dia a dia, mês a mês e a gente chegou a esse resultado, cada vez mais melhorando. Na primeira feira que participamos, eram 50 pessoas, cinco stands. Hoje reduzimos para dois, porque buscamos trazer as pessoas que estão evoluindo, microempresas da cidade com produtos de primeira qualidade, completamente orgânicos, com certificado e selo de qualidade", destacou. 
Dorgival seguiu, lembrando também da importância da Feira para a realização de contatos e parcerias, para expandir a produção.
"Eu não posso produzir e fazer todos os produtos, então é preciso fazer parcerias dentro da cidade e de fora. A Feira é uma oportunidade de fazer conexões com parceiros, comercializar produtos e fazer contatos de todos os sentidos", contou.
Por fim, o agricultor comentou que a edição deste ano também representa uma recuperação do setor, após o sofrimento sentido no último ano, com a pandemia fora de controle no país.
"Acredito que todos sentiram, do pequeno ao grande empresário. Quando tudo para, todos sofrem junto. Mas já visualizo uma melhora grande deste ano para o próximo, principalmente para quem trabalha com alimentos", analisou.
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