Fitch preocupada com riscos de déficit fiscal persistente e aumento da dívida nos EUA
Em uma nota, a Fitch prevê um déficit fiscal de 8,1% do PIB até 2024
A política orçamentária do futuro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode aprofundar um déficit público já grande e aumentar ainda mais a dívida pública do país, informou a agência de classificação de risco Fitch nesta terça-feira (7).
O presidente eleito, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, anunciou durante sua campanha que buscará reduzir os impostos, compensando a queda na receita com tarifas sobre todos os produtos que entram nos Estados Unidos.
Ele também quer reduzir os gastos do governo federal, uma missão que será liderada pelos bilionários Elon Musk e Vivek Ramaswami, no âmbito de uma espécie de ministério informal da eficiência.
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Em uma nota, a Fitch prevê um déficit fiscal de 8,1% do PIB até 2024, que diminuirá para 7,5% em 2025 e deverá se estabilizar nesse nível até 2026.
Espera-se que o índice de endividamento do Estado federal ultrapasse 120% a partir de 2026.
Isso é menor do que as previsões do FMI, que, no final de outubro, previu um valor equivalente a 132% do PIB para a dívida soberana dos EUA a partir de 2025, caso não houvesse mudanças na política econômica.
Para a Fitch, o principal risco é um aumento nos custos de empréstimos, com os juros representando 13,1% do orçamento federal em 2024.
A agência observa sua preocupação com o “fraco quadro orçamentário e a aparente falta de apetite em todo o espectro político por políticas para reduzir estrutural e duradouramente o déficit” nas finanças públicas.
“Presumimos que os cortes de impostos de 2017 (quando Trump assumiu o cargo pela primeira vez) serão estendidos, mas os gastos além da saúde e da defesa representam apenas 15% do orçamento, deixando pouco espaço para cortes orçamentários significativos”, acrescentou a agência de classificação.