FINANÇAS

Fitch rebaixa a classificação de crédito dos EUA de 'AAA' para 'AA+'

Agência cita a "deterioração fiscal esperada para os próximos três ano"

Bandeira dos EUABandeira dos EUA - Foto: YouTube

A agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou a nota de crédito de longo prazo em moeda estrangeira dos EUA de "AAA" para "AA", repetindo um movimento feito há mais de dez anos pela S&P.

A medida vem na esteira de grandes batalhas políticas sobre os empréstimos do país e repetidos impasses sobre o aumento do limite da dívida. Embora o impasse legislativo mais recente tenha sido resolvido, ele continua sendo um possível motivo de preocupação no futuro.

"O rebaixamento da classificação dos EUA reflete a deterioração fiscal esperada para os próximos três anos, um ônus elevado e crescente da dívida do governo geral e a erosão da governança em relação aos pares com classificação "AA+" e '"AA" nas últimas duas décadas, que se manifestou em repetidos impasses sobre o limite da dívida e resoluções de última hora", disse a Fitch em um comunicado.

No dia 24 de maio, a Fitch havia alertado risco de um rebaixamento. Os EUA agora são classificados como "AA+" pela Fitch, um degrau abaixo de "AAA", com perspectiva estável pela agência.

Atualmente, a agência Moody's classifica a dívida soberana dos EUA como "AAA", sua classificação máxima. A S&P classifica o país com uma pontuação de "AA+", um nível abaixo do nível mais alto, tendo removido sua pontuação máxima em 2011, na esteira de uma crise anterior do teto da dívida.

A secretária do Tesouro, Janet Yellen, reagiu ao rebaixamento, chamando-o de "arbitrário" e "desatualizado". Os mercados estavam fechados no momento do anúncio.

"Suspeito que o mercado terá duas opiniões sobre o assunto - pelo valor de face, é uma marca negra contra a reputação e a posição dos EUA, mas, da mesma forma, se isso alimentar o nervosismo do mercado e um movimento de redução de risco, poderia facilmente ver a compra de títulos do Tesouro dos EUA e do dólar como refúgio seguro", disse David Croy, estrategista do Australia & New Zealand Banking Group em Wellington. "É um equilíbrio fino."

O rendimento da dívida de 30 anos dos EUA subiu para o nível mais alto em quase nove meses na terça-feira, à medida que o Departamento do Tesouro se prepara para aumentar a emissão de títulos de prazos mais longos para financiar um déficit orçamentário cada vez maior.

Na segunda-feira, o Tesouro aumentou sua estimativa de empréstimos líquidos para o trimestre de julho a setembro para US$ 1 trilhão, mais do que alguns analistas esperavam e bem acima dos US$ 733 bilhões previstos no início de maio. O Tesouro fará uma prévia de seus planos de financiamento trimestrais na quarta-feira, em Washington.

Os democratas no Congresso aproveitaram o rebaixamento para culpar os republicanos por terem impedido o aumento do teto da dívida dos EUA no início deste ano.

"Esse é o resultado da crise de inadimplência fabricada pelos republicanos, que repetidamente colocaram em risco a plena fé e o crédito de nossa nação e, agora, são responsáveis pelo segundo rebaixamento de nossa classificação de crédito", disseram os democratas do Comitê de Meios e Caminhos em comunicado.

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