FMI: mesmo com sanções, economia da Rússia está melhor que o esperado
Os efeitos serão sentidos mais do que o esperado em 2023, ano para o qual o FMI prevê uma recessão de 3,5% na economia russa
As sanções internacionais prejudicarão a economia russa este ano menos do que o esperado, disse o FMI nesta terça-feira (26). Por outro lado, os países europeus sofrem mais do que o esperado.
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da Rússia cairá 6,0% em 2022, prevê o Fundo Monetário Internacional, muito menos do que os 8,5% previstos em abril.
"Estima-se que a economia da Rússia tenha contraído menos do que o previsto anteriormente no segundo trimestre, e as exportações de petróleo bruto e produtos não energéticos se mantiveram melhor do que o esperado", disse o relatório.
"Além disso, a demanda interna também apresenta uma certa resiliência" devido aos esforços para conter o efeito das sanções no setor financeiro nacional. O mercado de trabalho também enfraqueceu menos do que o esperado, acrescentou o Fundo.
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Os países ocidentais, desde o início da invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro, impuseram uma série de sanções contra a Rússia com a intenção de prejudicá-la financeira e economicamente.
Os efeitos serão sentidos mais do que o esperado em 2023, ano para o qual o FMI prevê uma recessão de 3,5% na economia russa. Por outro lado, "os efeitos da guerra nas principais economias europeias foram mais negativos do que o esperado", disse o FMI.
O Fundo reduziu as previsões de crescimento econômico para 2022 para a Alemanha (-0,9 pontos percentuais para 1,2%), França (-0,6 para 2,3%) e Espanha (-0,8 pontos percentuais para 4,0%).
Isso se deve a "preços de energia mais altos, bem como à queda da confiança do consumidor e à desaceleração da atividade manufatureira como resultado das interrupções contínuas na cadeia de suprimentos e do aumento dos custos das matérias-primas".
Uma suspensão completa das exportações russas de gás reduziria "significativamente" o crescimento na zona do euro em 2022 e 2023. Isso obrigaria os países europeus a racionar a energia, o que afetaria os principais setores industriais.