América do Sul

FMI prevê recessão de 2,5% na Argentina este ano e inflação de 120%

O país "enfrenta uma situação muito difícil, especialmente agravada pela seca agrícola" do último ano, afirmou o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas

O governo do presidente Alberto Fernández estimou que a perda total devido à seca na Argentina será de cerca de 20 bilhões de dólaresO governo do presidente Alberto Fernández estimou que a perda total devido à seca na Argentina será de cerca de 20 bilhões de dólares - Foto: Juan Mabromata/AFP

A Argentina enfrentará uma recessão de 2,5% este ano, com uma inflação que pode chegar a 120%, mas a economia deve melhorar em 2024 com um crescimento de 2,8%. Essa é a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgada nesta terça-feira (25).

O país “enfrenta uma situação muito difícil, especialmente agravada pela seca agrícola” do último ano, afirmou o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, em uma coletiva de imprensa para a atualização das Perspectivas da Economia Mundial.

Para este ano, a instituição financeira antecipa uma recessão de 2,5%, o que representa “uma revisão significativa para baixo” em comparação com o crescimento de 0,2% previsto em abril, acrescentou Petya Koeva Brooks, subdiretora do Departamento de Pesquisa do FMI. Brooks atribuiu essa queda à seca.

O governo do presidente Alberto Fernández estimou que a perda total devido à seca na Argentina será de cerca de 20 bilhões de dólares (95 milhões de reais, na cotação atual), quase 3% do Produto Interno Bruto.

Para o próximo ano, o FMI é muito mais otimista e prevê uma retomada no crescimento de 2,8%, graças justamente “à produção agrícola”, afirmou Brooks. “Quanto à inflação, prevemos que fique em 120% no fim” de 2023, acrescentou.

A Argentina está entre os países de maior inflação no mundo. A alta de preços tem sido um problema crônico em sua economia, mas atualmente registra a pior taxa em três décadas, com índices em torno de 8% mensais que afetam sobretudo os mais pobres (40% da população).

Além disso, o país precisa de divisas para cumprir seus compromissos, especialmente com o FMI, em um acordo de crédito de 44 bilhões de dólares (209 milhões de reais, na cotação atual).

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