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Dívida

FMI vê aumento da dívida brasileira neste ano para 88,1% do PIB

Para Fundo, o novo arcabouço fiscal não vai estabilizar a dívida no curto prazo Endividamento bruto do Brasil é o terceiro maior entre países emergentes, mostra relatório

Edifício da sede do Fundo Monetário Internacional (FMI), em WashingtonEdifício da sede do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington - Foto: Mandel Ngan / AFP

O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que a dívida pública bruta do Brasil vai subir de 85,3% do PIB em 2022 para 88,1% do PIB neste ano. Estima ainda que o indicador seguirá em alta nos cinco anos seguintes, até bater em 96% do PIB em 2028, o ano mais distante para qual a instituição faz previsões.

Os números fazem parte do Monitor Fiscal, um dos relatórios que o FMI divulga nesta semana, quando ocorre o encontro anual da instituição com o Banco Mundial. Desta vez, a reunião ocorre em Marrakesh, no Marrocos.

São números ligeiramente inferiores aos previstos pelo órgão em abril, na edição anterior, quando a expectativa era que o endividamento bruto do país ficasse em 88,4% do PIB neste ano e em 96,2% do PIB em 2028.

Nas contas do Fundo, o novo arcabouço fiscal não vai estabilizar a dívida como proporção do PIB nos próximos cinco anos.

A dívida bruta brasileira é bem superior à média dos países emergentes, que deve ficar em 68,3% do PIB em 2023, segundo o FMI.

Entre 36 nações desse grupo para os quais a instituição faz projeções para esse indicador, o endividamento bruto do Brasil é o terceiro maior, empatado com a Ucrânia, que está em guerra com a Rússia

O Brasil fica atrás apenas dos 92,7% do PIB do Egito e dos 89,5% do PIB da Argentina, que atravessa uma grave crise econômica.

A dívida bruta é um dos principais indicadores de solvência de um país, sendo acompanhado com atenção por especialistas em contas públicas.

O FMI calcula a dívida bruta do país por um critério diferente do usado pelas autoridades brasileiras.

Enquanto o Fundo inclui na sua estimativa os títulos públicos que estão na carteira do Banco Central (BC), a autoridade monetária brasileira não os considera na conta.

Pelo conceito do BC do Brasil, a dívida bruta ficou em 74,4% do PIB em agosto. No fim do ano passado, fechou em 72,9% do PIB.

Estimativas um pouco melhores de crescimento podem contribuir para a leve melhora das estimativas para a dívida bruta. Em relação à projeção de abril, o Fundo elevou a projeção de expansão da economia brasileira de 2023 de 0,9% para 3,1% - em julho, já havia aumentado a previsão para 2,1%.

A estimativa para 2024 é de um avanço do PIB de 1,5%, número um pouco superior ao 1,2% projetado em julho.

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