Frente projeta o agro para ações estratégicas
Evento nacional vai mostrar as potencialidades do setor e incentivar adesões
A Frente Empreendedora Empresarial de Oportunidade de Negócios do Agro (Feeona), movimento nacional e apartidário recém-criado, já tem programado o primeiro evento que oficializa o início dos trabalhos da organização. Será na Confederação Nacional da Industria (CNI), em Brasília, no próximo dia 21. “Escolhemos a Capital Federal porque é o ponto mais próximo de todos e está no Planalto Central, onde estão acontecendo as transformações das quais o agro é o vetor”, justificou o secretário executivo e conselheiro nacional em Pernambuco da Feeona, Messias Neves dos Santos.
No encontro em Brasília está programada uma palestra com o tema “Oportunidades de Negócios no Agro e Silvicultura”, ministrado pelo consultor em logística e infraestrutura Luiz Antônio Pagot. No final do evento, serão realizadas homenagens póstumas ao empresário pernambucano Ricardo Brennand (1927-2020) e ao gaúcho Clóves Felício Vettorato (1944-2008).
Intercâmbio de experiências e governança
A ideia da Feeona é, entre outras ações, intercambiar experiências em Inteligência Artificial, planejamento, governança corporativa e métodos modernos em administração, capacitação profissional e desenvolvimento humano. No universo dos negócios, o grupo busca a necessária inovação para colocar em prática e assumir uma postura de vanguarda no cenário negocial.
“É uma frente que nasce na hora em que o Brasil passa um momento de muita divisão de ideias, de dificuldades, de um propósito e de um princípio comum. Então, a gente está unindo os empresários brasileiros. O movimento começou em Rondonópolis, no Mato Grosso, e aqui em Pernambuco”, lembrou Messias, que divide os trabalhos da Feeona no Estado com o presidente da ACP, Tiago Alencar Carneiro, que é coordenador regional e conselheiro nacional da frente.
Meta é ampliar adesões
A ideia é o aproveitamento racional das potencialidades e questões relacionadas ao agro, infraestrutura, logística, educação, qualificação, funding, entre outros aspectos. Até agora, nove estados já aderiram à frente: Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, Paraíba, Sergipe, São Paulo, Goiás, Distrito Federal e o Rio Grande do Sul, mas a ideia é que outros adiram ao começarem a conhecer a proposta da frente.
Uma das finalidades do movimento é estimular a criação de hubs digitais para que a mão de obra de um estado atenda outros de forma remota sem precisar migrar. “Por que não criar hubs com mão de obra local? O profissional não precisa se deslocar, deixando sua terra e a família. Ele pode trabalhar localmente atendendo demandas de outro estado e gerando recursos para o lugar onde mora, já que a prestação de serviço é feita lá mesmo”, disse o coordenador nacional da Feeona, Bruno Luz. Além dele, a frente é representada no Mato Grosso pelo conselheiro nacional Lucas Corrente e coordenador regional Eduardo Alves.
Bruno, que é de Rondonópolis (MT) e já prestou serviços em várias cidades do Nordeste, teve a ideia depois de uma parceria firmada com a empresa recifense Leão do Norte, de Messias, pela qual atende seus clientes locais utilizando mão de obra do Recife. “A Feeona pode abranger numa proporção maior o que eu estou fazendo na minha empresa. Podemos fazer com que haja uma interação maior entre os estados para se conseguir reduzir os índices de desemprego, a partir da geração de oportunidades”, acrescentou.
Reuniões temáticas pelo Brasil
Depois do evento em Brasília, estão programadas o que a frente chama de missões empreendedoras, que são reuniões temáticas com associações de classe, institucionais e com o público em geral, em várias cidades do Brasil. “A primeira missão será de 6 a 12 de agosto, na cidades de Lucas do Rio Verde, Sinop e Sorriso, no Norte do Mato Grosso”, adiantou Messias.
De acordo com o secretário executivo da Feeona, as missões têm como finalidade promover o diálogo direto de empresários com entidades de classe, prefeituras e federações de uma vez só para que tenham um aparato de pesquisas, de histórico, de informações para tomar decisões com vistas a empreender, fazer plano de negócios etc. “Essa troca de experiências entre empreendedores é muito rica para esse momento em que a gente precisa apontar vetores de oportunidades”, complementou.
O fato de o agro hoje ser global e, portanto atrair capital internacional, exige dos negócios, segundo Messias, uma maior qualificação do ponto de vista empresarial em quesitos como governança corporativa, métodos de administração e gestão de ponta. “Tem-se, nesse momento de transformação, uma exigência maior, tanto da parte da mão de obra qualificada quanto do empreendedor para lidar com esse novo cliente”, pontuou Messias.