Logo Folha de Pernambuco

Cédulas

Funcionários da Casa da Moeda rejeitam hora extra para produção de notas para o auxílio emergencial

Empresa diz que, sem extensão de jornada, pagamento do benefício será afetado

Cédulas de realCédulas de real - Foto: Marcello Casal / Agência Brasil

Os funcionários da Casa da Moeda rejeitaram, nesta terça-feira (8), proposta para a realização de hora extra para a produção de cédulas, incluindo as notas de R$ 200. De 189 votantes da assembleia, 127 foram contra a prorrogação da jornada de trabalho nos fins de semana. A Casa da Moeda afirma que, sem a extensão de jornada para sábados e domingos, o pagamento do auxílio emergencial será afetado e a empresa será multada. 

A Casa da Moeda e os funcionários vivem impasse relacionado à renovação do acordo coletivo em 2019, processo que chegou a ser mediado sem sucesso pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho). Para deter déficits, a nova direção reduziu benefícios e aumentou o valor de descontos em folha. Até setembro, os trabalhadores pagavam o equivalente a 10% do valor dos planos de saúde. A partir de setembro, esse desconto será de 50%. O Sindicato Nacional dos Moedeiros alega que trabalhadores não terão condições de pagar plano de saúde se for mantida a decisão de corte de benefícios.

Em maio, a categoria aprovou o acordo para realização de horas extras no departamento de cédulas e áreas de apoio até 31 de agosto –data que coincide com a alteração de cláusulas sociais do acordo coletivo de trabalho. No dia 4 de agosto, a direção propôs a prorrogação da jornada de horas extras até o fim do ano. Em resposta, o sindicato reivindicou a manutenção de benefícios, referentes a insalubridade, adicional de escala, transporte, plano de saúde e auxílio creche.

"Estamos tentando pelo menos manter as condições atuais de desconto do plano de saúde. Em meio a pandemia, vários empregados terão que deixar o plano de saúde", afirma o presidente do Sindicato Nacional dos Moedeiros, Roni Oliveira. A direção da Casa da Moeda afirmou, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que o acordo coletivo não está em negociação.

"Caso exista opção condicionada ao Acordo Coletivo, ela não está acordada entre as partes. O próprio sindicato tentou mediação com o Ministério da Economia e a Casa da Moeda confirmou, em reunião, que não existe uma opção vinculada à aprovação da realização das horas extras com renegociação de termos do ACT 2019/2020", diz a nota.

Segundo a direção da empresa, mesmo com os pedidos adicionais de cédulas, a produção de moeda sofre déficit de faturamento. Ainda de acordo com a assessoria da Casa da Moeda, à exceção dos passaportes, todos seus negócios são individualmente deficitários. Porém, devido à pandemia, o passaporte foi um negócio que foi altamente impactado, perdendo mais de 65% do faturamento.

O subsecretário de Relações de Trabalho do Ministério da Economia, Mauro Rodrigues de Souza, tentou mediar um acordo. Sem sucesso. O sindicato queixa-se de falta de flexibilidade da Casa da Moeda. "A falta de habilidade para solucionar conflitos dessa diretoria pode trazer grandes prejuízos para a empresa e para a nação", afirma o sindicalista. A direção da Casa da Moeda afirma, por sua vez, que os funcionários "vendem o plano de saúde como narrativa", mas pretendem perpetuar privilégios.

Veja também

Governo bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024
Orçamento de 2024

Governo Federal bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde
Bolsa de Nova York

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde

Newsletter