Fundo com US$ 1,3 tri nega dinheiro para empresas com salários milionários a executivos
Medida visa a forçar companhias a se aperfeiçoarem em questões ambientais, sociais e de governança
O fundo soberano da Noruega, que possui US$ 1,3 trilhão em ativos, está recusando dinheiro a empresas que oferecem alguns dos pacotes salariais mais extravagantes para seus executivos.
- Acreditamos que, em particular nos Estados Unidos, a ganância corporativa foi longe demais - disse o CEO da Norges Bank Investment Management, Nicolai Tangen, em entrevista à Bloomberg TV no Fórum Econômico Mundial, em Davos.
Questionado sobre se as empresas são receptivas a essa mensagem, Tangen disse “muito” e que “as empresas realmente ouvem”.
A mudança faz parte de uma mensagem para dizer aos conselhos das empresas “que se aperfeiçoem” nas questões ambientais, sociais e de governança (ESG na sigla em inglês), indicou Tangen.
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O fundo está usando seu poder de voto para pressionar por mudanças, acrescentou o executivo, lembrando, inclusive, que votou no ano passado contra os planos de remuneração da Apple.
- Tivemos alguns votos contra no ano passado. Depois disso, as empresas querem ter uma conversa mais profunda conosco e estamos vendo alguns efeitos em termos de embalagens este ano - disse Tangen, sem identificar nenhuma das empresas.
Em um plano estratégico de três anos publicado em dezembro, o fundo disse que pressionaria por relatórios obrigatórios de sustentabilidade corporativa e aumentaria suas expectativas sobre mudanças climáticas e direitos humanos.
Também usará a votação como uma ferramenta para promover mais ativamente seus pontos de vista e responsabilizar os conselhos.