FUP alerta para irregularidade na escolha de novo diretor da Petrobras
Processo para eleger o comando da área de Governança é motivo de disputas internas na estatal
Às vésperas da Assembleia Geral Ordinária (AGO) da Petrobras, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) alertou para uma decisão tomada pela estatal que envolve a indicação do novo diretor de Governança e Conformidade.
Segundo a FUP, a lista tríplice, que vai ser encaminhada ao Conselho de Administração da companhia, que se reúne amanhã, ganhou um quarto nome. Trata-se de Salvador Dahan, que ocupou o cargo ao qual tenta concorrer novamente entre maio de 2021 e o último dia 13.
A escolha do novo diretor de Governança é motivo de disputas internas. De um lado, há um grupo que é contra a recondução de Dahan ao cargo. Do outro, há quem defenda seu nome.
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De acordo com a FUP, o nome de Dahan teria sido apresentado pelo Comitê de Pessoas da Petrobras (Cope), formado por membros do Conselho de Administração atual e um integrante externo. Para a FUP, o quarto nome contraria a lista tríplice.
O Cope tem o papel de auxiliar o Conselho de Administração com a avaliação de nomes indicados para ocupar cargos na estatal. O Cope não tem o poder de vetar ou aprovar as indicações. Sua função é de avaliação.
Segundo uma fonte que não quis se identificar, o nome de Dahan teria sido endossado pela diretoria, liderada por Jean Paul Prates. Porém, dos quatro nomes presentes na lista, o de Dahan não seria a primeira opção.
O nome de Dahan vem sendo criticado pelos empregados da estatal, segundo o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar. Isso porque a diretoria de Governança e Conformidade tem sob seu guarda-chuva a área de Ouvidoria, que até então era responsável também por esses temas que envolvem violência no trabalho, assédio moral e sexual na empresa.
Segundo Bacelar, o surgimento do nome de Dahan contraria as regras internas da empresa. Ele afirma que a escolha da lista tríplice é feita através de um grupo de trabalho, nomeado pela diretoria executiva da estatal.
- O Cope usurpou as funções do grupo de trabalho ao inserir um quarto nome na lista tríplice. Está errado. É insurgência total ao estatuto, às regras da companhia - disse Bacelar.
Procurada, a Petrobras ainda não se pronunciou.