Fup pede que Petrobras investigue denúncia contra Roberto Castello Branco
Procurada, a Petrobras não havia respondido à reportagem até o fechamento desta nota
A Federação Única dos Petroleiros (Fup) denunciou o ex-presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco à Ouvidoria Geral da estatal, por improbidade administrativa, e pediu que a Petrobras abra uma investigação sobre o dirigente. O executivo esteve à frente da estatal de janeiro de 2019 a abril de 2021, durante o governo Bolsonaro.
"Denúncias anônimas recebidas pela Fup indicam que Castello Branco teria realizado obras de melhorias de infraestrutura em propriedade privada com recursos da Petrobras", disse a entidade em nota divulgada nesta segunda-feira, 25.
Leia também
• Petrobras não está interessada em empilhar dinheiro, diz Magda sobre dividendos
• Petrobras anuncia volta ao setor de etanol
• "Não vamos destruir valor, vamos manter o foco em petróleo e gás", diz presidente da Petrobras
Procurada, a Petrobras não havia respondido à reportagem até o fechamento desta nota.
A Fup informou que encaminhou a denúncia no dia 12 de novembro ao responsável pela Ouvidoria Geral da Petrobras, Henrique Ximenes. "Caso sejam comprovadas as denúncias de irregularidades, que os infratores sejam responsabilizados e os recursos devolvidos imediatamente aos cofres públicos", observou a Fup.
No documento enviado à Petrobras, a Fup lembra que já havia apresentado denúncia ao Ministério Público contra Castello Branco em 2022, por suspeitas de improbidade administrativa, em razão da atuação do executivo na 3R Petroleum, empresa que mais adquiriu ativos da Petrobras.
"As negociações entre a Petrobras e a 3R Petroleum movimentaram cerca de R$ 3 bilhões durante os dois primeiros anos de governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando Castello Branco comandava a empresa", destacou o coordenador-geral da Fup, Deyvid Bacelar, lembrando que a 3R comprou, no período, diversos polos de campos maduros de petróleo da Petrobras a preços abaixo do valor de mercado: Areia Branca, Pescada Arabaiana, Macau e Potiguar (RN); Fazenda Belém (CE); Rio Ventura e Recôncavo (BA); Peroá (ES); e Papa-Terra (RJ).