G20 Brasil: servidores da Saúde protestam na porta do evento e acusam Lula de "traição"
O ato é mais um na linha de outros realizados desde o início do mês contra a decisão do Ministério da Saúde de municipalizar a administração do Hospital Federal do Andaraí
Um protesto contra a municipalização de hospitais federais do Rio de Janeiro e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) na porta do evento de pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza causou alvoroço e chamou a atenção de jornalistas nacionais e estrangeiros.
A poucos minutos do discurso do presidente Lula no encontro que reuniu ministros do governo brasileiro, autoridades do G20 e representantes de organismos multilaterais, uma centena de servidores federais da Saúde alcançaram o portão de entrada do Galpão da Cidadania, sede da ONG Ação da Cidadania, no bairro do Santo Cristo.
Eles empunhavam faixas e cartazes e gritavam contra o governo e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, que acompanhava Lula.
Leia também
• G20: combate à fome é escolha política, diz Lula em evento
• G20 no Brasil: Vice-ministros de Finanças negociam declaração conjunta de cooperação internacional
• No G20, Lula diz que super ricos pagam proporcionalmente muito menos impostos que trabalhadores
Duas grandes faixas foram expostas, uma com os dizeres "Lula Traidor da Saúde Federal" e outra com a mensagem "Nísia, a inimiga do SUS". Havia, além disso, cartazes com os dizeres "Fora municipalização, fora estadualização, fora Ebserh, fora organizações sociais".
Justamente no início da mesa oficial, com discursos das autoridades, a movimentação dos manifestantes aumentou, atraindo jornalistas que deixaram a sala de imprensa para saber do que se tratava. Após meia hora de muita gritaria, os jornalistas foram reconduzidos para as instalações do evento por seguranças.
O ato é mais um na linha de outros realizados desde o início do mês contra a decisão do Ministério da Saúde de municipalizar a administração do Hospital Federal do Andaraí (HFA), na zona norte da cidade.
O movimento é uma resposta a uma portaria do Ministério da Saúde, assinada por Nísia, que transfere a administração da unidade para a prefeitura do Rio. Primeiro essa gestão será compartilhada por 90 dias prorrogáveis e, depois, ficará a cargo da Secretaria Municipal de Saúde.