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Pandemia

G20 realiza reunião virtual sobre recuperação pós-pandemia

Membros alertam que impacto econômico pode aumentar a pobreza e a desigualdad

Os dados mostram a imagem mais recente da devastação econômica causada pela pandemia de coronavírusOs dados mostram a imagem mais recente da devastação econômica causada pela pandemia de coronavírus - Foto: Olivier DOULIERY / AFP

Os ministros das Finanças e chefes de bancos centrais dos países do G20 iniciaram, neste sábado (18), uma reunião virtual sobre a recuperação da economia mundial, gravemente afetada pelo coronavírus, em meio a pedidos de alívio da dívida para os países pobres.

As discussões entre os vinte países mais industrializados do mundo ocorrem enquanto a pandemia continua em toda parte, especialmente entre vários membros deste fórum, como Estados Unidos, Brasil, México e Índia.

Nesse contexto, as ONGs alertam o G20 - presidido este ano pela Arábia Saudita - sobre a ameaça de uma crise da dívida nos países mais pobres.

As autoridades "discutirão as perspectivas econômicas globais e coordenarão as ações coletivas para uma recuperação econômica global forte e sustentável", disseram os organizadores em comunicado antes da reunião.

Sinal de que o vírus ainda é muito ameaçador, as discussões, presididas pelo ministro das Finanças da Arábia Saudita, Mohammed al-Jadaan, e pelo governador do banco central saudita, Ahmed al-Kholifey, ocorrem virtualmente.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que a economia global, apesar de alguns sinais de recuperação, enfrenta ventos contrários, incluindo a possibilidade de uma segunda onda pandêmica.

"Ainda não estamos fora de perigo", alertou a diretora-gerente, Kristalina Georgieva, em mensagem aos ministros de Finanças do G20, observando que a pandemia pode aumentar a pobreza e a desigualdade. 

Revisando as previsões de crescimento, o FMI anunciou em junho que espera que o PIB global caia 4,9% em 2020 devido a uma contração maior que o esperado durante os períodos de confinamento.

Os US$ 11 trilhões gastos pelos governos do G20 para ajudar famílias e empresas evitaram uma situação ainda pior, mas "essas redes de segurança devem ser mantidas", disse Georgieva.

Os países do G20 anunciaram em abril uma moratória de um ano sobre a dívida dos países mais pobres, medida considerada insuficiente pelas ONGs.

Até o momento, 41 dos 73 países mais pobres se inscreveram na iniciativa, que permitirá economias de US$ 9 bilhões em 2020, disseram as organizações Oxfam, Christian Aid e Global Justice Now em um relatório divulgado na quinta-feira.

Mas esses 73 países ainda precisam pagar US$ 33,7 bilhões até o final de 2020.

"Os ministros das Finanças do G20 têm a missão de evitar uma catástrofe iminente para centenas de milhões de pessoas", declarou Chema Vera, diretora da Oxfam.

A Anistia Internacional pediu ao G20 que "cancele a dívida dos países mais pobres pelos próximos dois anos", enquanto o ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, anunciou na sexta-feira que a França pediria durante o G20 para estender a moratória em 2021.

O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Felipe Sola, anunciou que instará o G20 a criar um "fundo de solidariedade" global para combater a pobreza nos países afetados pelo coronavírus.

"Queremos decisões sobre a dívida, não apenas para os países mais pobres, mas também para os de renda média" empobrecidos pela pandemia, afirmou ele em Buenos Aires. 

Mas os membros do G20 estão se esforçando para apoiar suas economias, que foram seriamente afetadas por medidas tomadas para conter a propagação do vírus. 

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico estimou em junho que essas medidas haviam causado uma queda recorde de 3,4% no PIB nesses países no primeiro trimestre de 2020, a maior queda desde que a agência começou a reunir dados em 1998.

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