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Gabriel Galípolo: instituições financeiras elogiam indicação para a presidência do BC

Segundo elas, o diretor de Política Monetária tem todas as qualidades técnicas para exercer o cargo

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo  - Foto: Washington Costa/MF

A direção do banco Bradesco elogiou a decisão do governo de indicar o atual diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, para substituir o presidente do órgão, Roberto Campos Neto.

O presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, disse que “as qualidades técnicas de Gabriel Galípolo foram comprovadas” em sua atuação na diretoria do BC, da qual participa desde o ano passado.

“Nossa expectativa é que exercerá uma gestão vitoriosa em sua missão principal de manter a inflação sob controle, mas com a visão ampliada das circunstâncias de um Banco Central que ocupa hoje papel central na formação da estabilidade dos mercados. Com seu temperamento sereno, Galípolo exercerá papel decisivo para um Banco Central tempestivo e responsável”, disse Trabuco, em nota divulgada pelo Bradesco.

Já o CEO do banco, Marcelo Noronha, avaliou que a indicação de Galípolo “confirma as melhores expectativas do mercado, dentro de um processo de transição realizado com segurança e tranquilidade. Será o segundo presidente do Banco Central autônomo e com gestão independente ao mandato governamental".

Segundo Noronha, no cargo de diretor de Política Monetária, Galípolo já demonstrou competência técnica e capacidade de interlocução com os mais diferentes segmentos econômicos, o que será fundamental para fortalecer o instituto do Banco Central autônomo.

"A nossa expectativa é de uma condução sólida e robusta do Banco Central, seja do ponto de vista técnico, seja em relação aos novos e complexos desafios que se impõe no âmbito da regulação do sistema financeiro”.

Desafio
Pela manhã, antes de o ministro Haddad anunciar a indicação de Galípolo para substituir Campos Neto, o economista Tony Volpon, que foi diretor da autoridade monetária na reta final do governo Dilma Rousseff, de 2015 a 2017, postou nas redes sociais uma análise sobre o tamanho do desafio do futuro presidente do BC. Para Volpon, Galípolo não terá como evitar um aumento na Selic.

Isso porque o atual diretor do BC não goza de tanta credibilidade junto ao mercado, na visão de Volpon. O economista, hoje professor na Universidade Georgetown, nos EUA, começa a análise resumindo o que chamou de “dilema monetário”.

Esse dilema pode ser expresso em duas diferenças: uma, entre a inflação corrente no acumulado em 12 meses (em torno de 4,0%) e as expectativas de analistas de mercado (em 3,5% ao ano); outra, entre as expectativas e a meta perseguida pelo BC (em 3,0% ao ano).

Segundo Volpon, o nível atual da Selic deveria ser suficiente para baixar a inflação corrente, já que a taxa está elevada o suficiente para arrefecer a demanda na economia.

Já a outra diferença tem a ver com credibilidade. Se um economista com credibilidade perante o mercado, como o ex-presidente do BC Ilan Goldfajn, hoje à frente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), fosse indicado para o lugar de Campos Neto, a diferença entre as expectativas e a meta desapareceria, escreveu Volpon.

Avaliação
Sem um nome com tanta credibilidade, a Selic teria que subir.

“O governo não está nomeando Ilan para o BC, mas sim o Gabriel Galípolo, que não goza da mesma credibilidade. Assim, enquanto a Selic atual deve fechar o primeiro spread (a inflação corrente deve cair) o fato que o segundo spread ainda ficará positivo implica que a inflação, nas melhores das hipóteses, deve ir para onde hoje estão as expectativas, e não a meta”, diz o post de Volpon.

Por isso, segundo o economista, a única saída para o futuro presidente do BC será subir os juros. “Se GG (Gabriel Galípilo) quiser gozar da mesma credibilidade que o IG (Ila Goldfajn), ele terá que demonstrar a capacidade de elevar a Selic até o patamar necessário para fechar o segundo spread. A partir deste ponto ele poderá cortar a Selic em direção ao seu nível neutro na medida que a inflação corrente converge para a meta. Esse é o desafio que GG terá a partir de sua nomeação”, concluiu Volpon.

Plenas condições
Também em nota, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) desejou a Gabriel Galípolo todo êxito para exercer a presidência do BC a partir de 2025.

Segundo ele, o fato de Galípolo já fazer parte da Diretoria do BC há mais de um ano, participando de todas as discussões e decisões sobre política monetária, deu a ele plenas condições para assumir a presidência da autoridade monetária.

"Além dos atributos que possui como economista, Galípolo agregou toda essa vivência, especialmente num período que foi muito rico em debates intensos sobre a condução da política monetária. Vejo que o Galípolo teve um importante aprendizado nessa passagem prévia pelo BC".

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