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BRASIL

Galípolo diz que Banco Central tem instrumentos necessários para cumprir a meta de inflação de 3%

Futuro presidente do Banco Central reafirmou que o órgão só intervém no câmbio em casos de disfuncionalidade na economia

Gabriel Galípolo Gabriel Galípolo  - Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse que o movimento mais recente de desancoragem das expectativas de inflação — quando as estimativas do mercado se distanciam da meta — foi causada pelo vazamento de informações desencontradas sobre o pacote de cortes de gastos do governo, o que teria levado o mercado a “tentar entender” as medidas sem ter todos os dados.

Galípolo, que assumirá a presidência da autarquia em 2025, esteve no XP Fórum Político, em São Paulo, nesta segunda-feira. O economista reforçou que o papel do BC é “reancorar as expectativas” e que a i nstituição tem os instrumentos necessários para cumprir a meta de 3%, sem considerar a tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

 

Além disso, disse que a economia está mais dinâmica do que o esperado, com desemprego baixo e moeda desvalorizada, o que sugere a necessidade de uma política monetária contracionista (de juros elevados) por mais tempo.

— Como começaram a chegar notícias antes mesmo do pronunciamento do ministro, de início houve uma dúvida [...]. E a partir daí já tinha um trabalho (do governo) de explicar o volume de medidas anunciado, especificamente na questão de contenção de gastos.

Galípolo disse novamente que o BC não vai dar nenhum guidance (sinalização em relação à condução da política monetária), sobretudo com a proximidade da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para quinta-feira desta semana.

O economista afirmou também que não haverá “grandes mudanças” na condução da política cambial sob sua gestão, em comparação com a de Roberto Campos Neto, reafirmando que o BC só intervém no câmbio em casos de disfuncionalidade na economia.

Com a repercussão negativa do pacote de ajuste fiscal, o dólar chegou a alcançar R$ 6 na semana passada, levantando questionamentos sobre a necessidade de intervenção do Banco Central para conter efeitos inflacionários.

A moeda americana subiu diante da informação de que o pacote de cortes de gastos viria acompanhado da isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil. Sobre o impacto da reforma, Galípolo disse que o BC está “fazendo a conta”.

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