Galípolo diz que não forçará queda de juros no BC e que projeções e já indicam corte no 2º seme
Secretário-executivo do Ministério da Fazenda, indicado para a Diretoria de Política Monetária do Banco Central, diz que é preciso harmonizar as políticas fiscal e monetária
Indicado para assumir a diretoria de Política Monetária do Banco Central, o secretario-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, disse nesta quarta-feira (10), em entrevista à "BandNews", que os juros podem cair no segundo semestre, mas não pela função que ele poderá ocupar, se for confirmado pelo Senado.
Segundo Galípolo, esse cenário se deve às medidas que têm sido tomadas pela área econômica desde o início do governo Lula, o que resultou em taxas de juros de prazos maiores, o câmbio mais favorável e projeções melhores para o superávit primário.
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— Já está na curva do mercado uma expectativa de que possam existir cortes (dos juros) no segundo semestre. Se amanhã houver a entrada de outro diretor e, alguns meses depois, ocorrer algum tipo de alteração na taxa de juros, seria até leviano e equivocado do ponto de vista do que está ocorrendo se arvorar de que foi resultado disso — acrescentou.
Galípolo lembrou que uma das orientações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é harmonizar as políticas fiscal e monetária. A indicação de seu nome poderá facilitar esse processo, em sua opinião.
— Se a gente olhar para a história do Brasil mais recente, é muito comum que se utilize a política fiscal para compensar a política monetária e vice-versa — disse.
Expectativas no mercado
Ele ressaltou que as duas políticas têm que correr no mesmo sentido. Disse que atuar em direções opostas, com uma política fiscal mais expansionista possa compensar uma política monetária mais restritiva, atrapalha a economia e não é um jogo de soma zero.
Perguntado sobre o que acha da chamada Teoria Monetária Moderna, em que não há limites para a emissão de moeda pelo governo, ele respondeu:
— Discutir os limites para o agente econômico que tem capacidade de emitir moeda é mais ou menos discutir se Deus existe ou não, mas a fé existe e a fé determina como as pessoas agem. No mercado, as convicções e expectativas de pessoas de mercado vão formar preços, vão comprar e vender ativos.