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Gás europeu sobe para 50 euros por MWh devido ao frio e à guerra na Ucrânia

O nível de reservas nos países da UE ronda os 73%

equipamento da estação de liberação e compressão da fronteira do gasoduto da Ucrânia em Veľke Kapusany, leste da Eslováquia. equipamento da estação de liberação e compressão da fronteira do gasoduto da Ucrânia em Veľke Kapusany, leste da Eslováquia.  - Foto: Tomas Benedikovic / AFP

A partir de 1º de janeiro, a Rússia não permitirá o envio de gás através da Ucrânia para países europeus, declarou a operadora de trânsito ucraniana GTSOU nesta terça-feira.

Vários países do centro e do leste da Europa, entre eles Áustria, Hungria e Eslováquia, continuam dependentes do gás russo.

De acordo com o Instituto de Estudos Energéticos de Oxford, a interrupção dos fluxos de gás fará com que as reservas europeias diminuam mais rapidamente e o preço do gás suba.

O nível de reservas nos países da UE ronda os 73%, valor inferior ao constatado no mesmo período do ano passado, que era de 86%, segundo a plataforma europeia Aggregated Gas Storage Inverntory (AGSI).

A gigante russa Gazprom anunciou no sábado que também interromperá o fluxo de gás para a Moldávia em 1º de janeiro, após uma série de desentendimentos financeiros com a ex-república soviética, onde uma presidente pró-europeia foi recentemente reeleita.

Além disso, o uso crescente de gás natural liquefeito (GNL) americano na Europa, para substituir o gás russo, tornou os megawatts-hora estruturalmente mais caros desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Desde a invasão russa, a UE reduziu a sua exposição ao gás russo, mas, segundo Christoph Halser, analista da consultora independente Rystad Energy, este ainda representou 14% do consumo total de gás da UE em 2024, mais de 12% do ano anterior.

Neste contexto, "um inverno [boreal] mais frio do que o esperado ou atrasos nos projetos de GNL poderão, no curto prazo, encarecer o gás, com preços que poderão chegar aos 60 euros [cerca de 62 dólares ou 383 reais] por MWh", estima Daniela Sabin Hathorn, analista da Capital.com.

A longo prazo, a posse de Donald Trump nos Estados Unidos em janeiro de 2025 deverá "acelerar a expansão da infraestrutura de GNL dos EUA" e "fortalecer a oferta global", segundo analistas da Rystad Energy.

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