NEGÓCIOS

General Electric conclui sua divisão e marca o fim de uma era

Conglomerado será dividido em três companhias

GE Aerospace é uma das três empresas a ser formadas do conglomerado GEGE Aerospace é uma das três empresas a ser formadas do conglomerado GE - Foto: Timothy A. Clary / AFP

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O histórico conglomerado americano General Electric, que teve Thomas Edison entre os seus fundadores há mais de 130 anos, inicia um novo capítulo da sua história nesta terça-feira (2), ao completar sua divisão em três empresas que se concentrarão cada uma em um ramo de atividade diferente.

O grupo anunciou esta medida em novembro de 2021, quando ressaltou que a desenvolveria em várias etapas.

Uma primeira divisão ocorreu em janeiro de 2023, com a criação da GE HealthCare, que reuniu todas as atividades do setor de saúde do grupo.

Mas a conclusão oficial desta separação ocorrerá na quinta-feira, com o desaparecimento da General Electric como tal e o surgimento da GE Vernova, especializada em energia, e a GE Aerospace, novo nome da empresa que concentrará as atividades mais tradicionais do antigo conglomerado.

As três companhias serão cotadas na bolsa de Nova York: uma no índice tecnológico Nasdaq e as outras duas no índice composto NYSE.

Não haverá empresa matriz. Serão sociedades independentes que vão publicar seus resultados em separado.

"Como companhias de gestão independente, o negócio ficará mais bem posicionado para oferecer crescimento de longo prazo e gerar valor para clientes, investidores e funcionários", explicou a GE em 2021, quando anunciou a divisão.

Entre as "muitas razões" para desenvolver este plano, está o desejo de simplificar a atividade do grupo, explicou à AFP Neil Saunders, da consultoria de mercado GlobalData.

Usualmente, estes movimentos geram valor para a empresa e podem melhorar o preço das ações, acrescentou o analista.

"Administrar múltiplas divisões com muitas atividades diferentes é pesado para uma diretoria", afirmou Saunders. "Também é mais pesado em termos de comunicar a visão e a estratégia aos investidores", detalhou.

Outros grupos no mesmo caminho
O conglomerado 3M, que produz fitas adesivas e post-its, entre outras coisas, também adotou o caminho da General Electric de separar suas atividades em diferentes firmas. Em julho de 2022, anunciou a separação de seu segmento de saúde.

A nova empresa, chamada Solventum, começou a ser cotada na bolsa de Nova York na segunda-feira.

"É um dia importante para a 3M e a Solventum", afirmou o diretor-executivo da 3M, Mike Roman, em uma declaração.

Assim como a GE, que distribuiu todas as ações da GE Vernova entre os acionistas do antigo conglomerado, a 3M repartiu as ações da nova companhia entre seus donos.

A principal empresa resultante da divisão mantém, de todo modo, uma parte do total dos títulos, que poderá monetizar posteriormente no mercado de valores.

Este tipo de divisão pode levar as empresas resultantes a acabar fazendo negócio com antigos concorrentes da companhia original.

Outras empresas tradicionais em Wall Street já optaram por este caminho antes, como a Johnson & Johnson, que criou a Kenvue para seus produtos de consumo de massa. Ou a gigante alimentícia Kellogg's (Kellog Company), que em junho de 2021 anunciou que se dividiria em três, embora por fim tenha optado por duas novas firmas: a WK Kellogg para cereais e a Kellanova para aperitivos desde outubro de 2023.

"A Kellogg's é um bom exemplo de uma companhia que separa sua divisão de cereais, de baixo crescimento, do negócio dos 'snacks', de expansão muito rápida", explicou Saunders, da GlobalData. Claro que estas decisões também têm "desvantagens".

Perde-se a possibilidade de gerar economia em escala compartilhando algumas atividades que funcionam para todos os segmentos, como contabilidade e recursos humanos, e inclusive os custos por volume, como podem ser os vinculados ao seguro médico dos funcionários.

Segundo a CNBC, vão ocorrer no mundo 36 divisões em 2024.

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