Gestora do Starbucks entrega à Justiça lista de credores com mais de 7.700 dívidas
Entre eles estão a matriz da Starbucks, Banco do Brasil, Santander e Modal
Mais de 7.700 dívidas fazem parte da lista de credores apresentada pela gestora multimarcas SouthRock Capital à Justiça de São Paulo, para análise de um pedido de recuperação judicial, que inclui as operações no Brasil das redes de alimentação Eataly, Starbucks, TGI Friday’ e Brazil Airport Restaurants (BAR), no Brasil.
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Entre grandes credores da Starbucks Brasil estão Banco do Brasil, com R$ 78,9 milhões a receber, Santander, ao qual a empresa deve R$ 45,4 milhões, e Banco Modal, com R$ 30 milhões.
O maior volume de credores do grupo é da Starbucks Brasil Comércio de Cafés Ltda., com 3.900 dívidas listadas. Entre os maiores credores estão a Starbucks Coffee International, com a qual a SouthRock possui um contrato de licenciamento de marca e uma dívida de R$ 86,1 milhões (US$ 17,6 milhões, na cotação do dólar da sexta-feira). A dívida total é estimada em R$ 1,8 bilhão.
A relação de credores, de 180 páginas, faz parte de um arquivo com cerca de 3.600 páginas de documentos solicitados no dia 01 de novembro pelo juiz Leonardo Fernandes dos Santos, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), ao qual o Valor teve acesso.
A segunda maior relação de dívidas do grupo, somando 1.598 débitos, está com a Eataly Brasil Com, e Distribuição de Alimentos Ltda. A Eataly USA é listada com R$ 5,1 milhões a receber. Já a empresa Eataly Participações S.A. tem como único credor o Banco Pine, ao qual deve mais de R$ 8,4 milhões.
A documentação servirá de base para uma constatação prévia - um tipo de perícia solicitada pelo juíz antes de decidir se aprova, ou não, a recuperação judicial das empresas.
Os documentos enviados pela SouthRock incluem demonstrações contábeis, relatório do passivo fiscal, relação de bens e direitos do ativo não circulante, relação de funcionários, extratos de contas bancárias, bem como a relação de bens dos sócios/acionistas controladores e administradores das empresas, que está sob sigilo.
O pedido de recuperação judicial das 22 empresas do grupo SouthRock foi protocolado no dia 31 de outubro pelo escritório de advocacia Thomaz Bastos, Waisberg, Kurzweil Advogados.