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Crise bancária

Gigantes de Wall Street socorrem banco First Republic

O First Republic esteve hoje no olho do furacão em Wall Street, com sua ação em queda

Credit Suisse Credit Suisse  - Foto: Spencer Platt / Getty Images Nortth America / Getty Images via AFP

Onze bancos americanos, incluindo Bank of America, Citigroup e JPMorgan, concordaram em depositar US$ 30 bilhões no First Republic, sinalizando sua "confiança no sistema bancário do país", segundo um comunicado conjunto.

"Esta ação dos maiores bancos dos Estados Unidos reflete sua confiança no First Republic e nos bancos de todos os portes", ressaltou o grupo, após a quebra de três entidades do setor em menos de uma semana.

"Esta demonstração de apoio de um grupo de grandes bancos é muito bem-vinda e mostra a resiliência do sistema bancário", declararam funcionários do alto escalão do Departamento do Tesouro, do Federal Reserve (Fed, banco central) e da Corporação Federal de Seguros de Depósito (FDIC), bem como do Escritório do Controlador de Moeda, em declaração conjunta.

O First Republic esteve hoje no olho do furacão em Wall Street, com sua ação em queda, mas se recuperou fortemente após informações divulgadas pela imprensa sugerirem o que acabou ocorrendo: 11 bancos grandes saíram em resgate de seu concorrente, para evitar uma eventual quebra e apoiar o setor.

Fundado em 1985, em San Francisco, o First Republic é o 14° banco americano em volume de ativos, com US$ 212 bilhões no fim de 2022. Ele presta serviços de banco privado a pessoas físicas e empresas, bem como gestão de patrimônio.

Segundo a agência S&P Global Ratings, 68% dos depósitos no First Republic estão em contas de mais de US$ 250 mil, limite normalmente garantido pelo órgão federal FDCI, daí o temor do mercado.

"O sistema bancário dispõe de crédito sólido, liquidez abundante, capital importante e rentabilidade forte. Os acontecimentos recentes não mudaram essa situação", afirmaram os 11 bancos em seu comunicado conjunto.

Bank of America, Citigroup, JPMorgan Chase e Wells Fargo, os quatro maiores bancos do país, aportarão, cada um, US$ 5 bilhões. Já os bancos Goldman Sachs e Morgan Stanley contribuirão com US$ 2,5 bilhões cada, enquanto BNY Mellon, PNC Bank, State Street, Truist e U.S. Bank aportarão US$ 1 bilhão cada.

Em comunicado assinado pelo fundador do First Republic, Jim Herbert, e por seu CEO, Mike Roffler, o banco em dificuldade agradeceu o "apoio coletivo", que "reforça" sua "posição de liquidez e constitui um voto de confiança no First Republic e no conjunto do sistema bancário americano". Também ressaltou que a quantidade de saques diários "caiu consideravelmente".

Dias de turbulência
O anúncio foi feito após a quebra de três bancos em menos de uma semana nos Estados Unidos, que marca as maiores falências desde a crise financeira de 2008 e levou autoridades americanas a tomarem medidas drásticas rapidamente, para proteger os depósitos.

A avaliação das autoridades foi de que havia "um risco sério de contágio e de saques em massa" entre os clientes desses bancos que tinham recursos acima do garantido pelo governo, explicou hoje a secretária do Tesouro americana, Janet Yellen, perante uma comissão do Senado.

Após o fechamento dos mercados nesta quinta-feira, o Fed anunciou que emprestou quase US$ 12 bilhões aos bancos americanos desde o último domingo.

"As ações desta semana mostram nosso compromisso de garantir que nosso sistema financeiro permaneça forte e que os depósitos dos correntistas permaneçam seguros", disse Janet ao Comitê de Finanças do Senado, em audiência destinada, inicialmente, à proposta de orçamento federal de Joe Biden para 2024.

O temor de contágio se expandiu para a Europa. Na Suíça, o Credit Suisse entrou no furacão ontem e caiu 24,24% na bolsa. A ação se recuperou hoje, depois que a instituição anunciou, de madrugada, que pedirá um empréstimo de até US$ 53,7 bilhões ao banco central.

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