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Gleisi critica Campos Neto e diz que autonomia ampla do BC é 'ditadura monetária'

Presidente do Banco Central defende projeto de emenda à Constituição que amplia a autonomia da instituição

Roberto Campos Neto e Gleisi HoffmannRoberto Campos Neto e Gleisi Hoffmann - Foto:

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann elevou o tom contra a proposta de emenda à Constituição (PEC) que dá autonomia financeira e administrativa ao Banco Central do Brasil (BC). Neste domingo, a deputada federal afirmou que o projeto quer "submeter o Brasil a uma ditadura monetária".

Em suas redes sociais, Gleisi diz que a política de juros “exorbitantes” praticada pela gestão de Roberto Campos Neto à frente do BC. A parlamentar comentou entrevista que o presidente da autoridade monetária concedeu ao jornal “Folha de S. Paulo”.

“É uma política monetária que segue ameaçando o país, mas a gente não vê uma linha de crítica na mídia sobre isso. Ao contrário, Folha dá espaço hoje para o Campos Neto defender ainda mais autonomia para o BC”, escreveu a deputado, que ainda completou, “Querem submeter o Brasil a uma ditadura monetária.”

Segundo a presidente do PT, o chefe do BC “segue defendendo taxa de juros acima da realidade, contenção do crédito e ainda aponta os salários melhores como “risco”.

Na entrevista à Folha de S.Paulo, Campos Neto disse que conversou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre as "preocupações" da instituição acerca do projeto que confere ampla autonomia ao BC.

"A gente precisa entender se tem alguma coisa que incomoda (o governo) no âmbito da governança. Temos muito espaço de manobra para acertar isso. A PEC é um início de debate, um esqueleto, que pode ser aprimorada, mudada", disse Campos Neto ao jornal.

Até o momento, o Palácio do Planalto tem demonstrado posicionamento contrário à PEC.

Desde 2021 o BC encontra amparo legal para que os diretores e o seu chefe atuem sem interferência política nas decisões operacionais, incluindo o direcionamento da Selic. Por outro lado, a autarquia depende administrativa e financeiramente do Executivo. É o governo federal quem determina a realização de concursos públicos para o BC, assim como fixa seu orçamento anual.

A proposta que está no Congresso amplia a autonomia do BC, tornando-o uma empresa pública. A PEC foi apresentada pelo presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), com o apoio de parlamentares da oposição e do presidente do BC.

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