Gol negocia aporte financeiro, mas possível pedido de recuperação judicial nos EUA é alternativa
Companhia tem dívidas de R$ 20 bilhões e tenta reestruturação de suas finanças
A companhia aérea Gol está negociando com credores uma saída para reestruturar sua situação financeira, que somam dívidas de R$ 20 bilhões. Uma fonte com acesso às conversas lembra que a empresa contratou a consultoria Seabury para buscar a renegociação de dívidas, mas não está descartado um aporte financeiro de investidores e também um pedido de recuperação judicial nos EUA, pelo Capítulo 11 da Lei de Falências americana.
Se não houver avanço nas conversas com os credores, a RJ nos EUA parece ser a alternativa mais viável, assim como aconteceu com a Latam, diz a fonte.
Em nota, a Gol informa que continua com esforços para melhorar a lucratividade e fortalecer seus balanços e confirma que está em discussões com credores sobre opções que tragam mais flexibilidade financeira.
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"A companhia continua seus esforços anunciados anteriormente para melhorar a lucratividade e fortalecer seu balanço. A Gol está em discussões com seus stakeholders financeiros sobre diversas opções que tragam maior flexibilidade financeira, incluindo capital adicional para financiar as operações. Todas as ações visam posicionar a Gol para o sucesso de longo prazo", disse a empresa em nota.
O advogado especializado em Direito Aeronáutico, Felipe Bonsenso, observa que no caso da Latam foi a holding da empresa que recorreu ao Capítulo 11 nos EUA. Mas ele lembra que a Gol tem vários contratos com empresas americanas, além de estrutura de emissão de dívida nos EUA, o que permitiria que a empresa trilhasse também esse caminho.
O advogado lembra que as regras do Capítulo 11 são bem abrangentes, e a companhia cumpriria os requisitos exigidos pela legislação americana.
— A Gol já fez uma renegociação com credores no passado, e agora já passou o período de pandemia de Covid, que afetou o movimento da aéreas. Se a saída for recorrer ao Capítulo 11, nos EUA, a empresa encontraria um ambiente com mais segurança jurídica, e os credores conhecem melhor as regras. É só lembrar que foi um desastre o pedido de recuperação judicial da Avianca Brasil por aqui, que aconteceu antes da pandemia — explica o especialista.