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ECONOMIA

Golpe para o clima: China usou mais energia a carvão em 2024

A produção de usinas térmicas subiu 1,5% no ano passado em relação a 2023

Bandeira da ChinaBandeira da China - Foto: Reprodução/Internet

As usinas de energia de combustível fóssil da China elevaram a geração para um nível recorde no ano passado, já que o boom da energia limpa não conseguiu acompanhar o aumento do consumo de eletricidade na segunda maior economia do mundo.

A produção de usinas térmicas, predominantemente movidas a carvão, subiu 1,5% em 2024 em relação ao ano anterior, de acordo com dados do Bureau Nacional de Estatísticas. O setor de eletricidade é o maior responsável pelas emissões de gases de efeito estufa da China.

A produção de combustíveis fósseis também atingiu novos níveis máximos, com o carvão e o gás natural em níveis recordes, e o petróleo bruto subindo para seu segundo maior total já registrado.

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Esses números contrariam as expectativas de que a China pudesse ter começado a reduzir as emissões no ano passado, mais de meia década antes de sua meta de 2030, após expressivas adições de energia eólica e solar e uma recuperação na produção de energia hidrelétrica.

Pico de carbono

Entretanto, toda essa energia limpa extra não foi suficiente para lidar com a expansão no consumo de eletricidade, que deve superar o crescimento econômico geral pelo quinto ano consecutivo em 2024, devido à forte demanda por computação e à medida que setores de aquecimento a transporte se eletrificam.

A trajetória da demanda por eletricidade será crucial para determinar se a geração de combustível fóssil começará seu declínio em 2025. Ao mesmo tempo, a China mantém seu ritmo de liderança mundial na implantação de fontes renováveis, e está investindo mais em linhas de transmissão e equipamentos de armazenamento de energia para garantir que a energia limpa não seja desperdiçada.

É cada vez mais possível que fontes renováveis consigam atender a todo o novo consumo de eletricidade do país este ano e abrir caminho para que o setor de energia da China atinja o pico de emissões em 2025, disse Gao Yuhe, analista no Greenpeace East Asia, com sede em Pequim.

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