Google lança Bard: seu concorrente na corrida para criar chatbots de inteligência artificial
Por enquanto, estará disponível para um número limitado de usuários nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha. Ainda sem data para o Brasil
Por mais de três meses, os executivos do Google acompanharam projetos de inteligência artificial (IA) da Microsoft e da startup em OpenAI mexerem com a imaginação das pessoas. Mas nesta terça-feira (21) o Google saiu provisoriamente de escanteio e lançou um chatbot chamado Bard.
Em um primeiro momento, o novo chatbot de IA estará disponível apenas para um número limitado de usuários nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha. Outros usuários, países e idiomas serão incluídos ao longo do tempo, disseram executivos da empresa.
"Estamos começando a disponibilizar o acesso ao Bard, um experimento inicial que permite que você colabore com IA generativa. A princípio, esse acesso pode ser feito nos EUA e Reino Unido e expandiremos para mais países e idiomas ao longo do tempo", reforçou a empresa no Brasil.
O lançamento cauteloso é o primeiro esforço público da empresa para abordar a recente mania do chatbot impulsionada pela OpenAI e pela Microsoft, e tem o intuito de demonstrar que o Google é capaz de fornecer tecnologia semelhante.
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A companhia, no entanto, está adotando uma abordagem mais suave do que seus concorrentes, os quais enfrentaram críticas de que estão proliferando uma tecnologia imprevisível e às vezes não confiável.
Ainda assim, o lançamento representa um passo significativo para evitar uma ameaça ao negócio mais lucrativo do Google: o seu mecanismo de busca. Muitos na indústria de tecnologia acreditam que o Google - mais do que qualquer outra grande empresa de tecnologia - tem muito a perder e a ganhar com a IA.
Isso porque ao mesmo tempo em que a ferramenta pode ajudar uma série de produtos do Google a se tornarem mais úteis, pode também contribuir para que outras empresas cortem fatias enormes do Google no negócios de pesquisa na internet. Um chatbot pode produzir instantaneamente respostas em frases completas que não obrigam as pessoas a percorrer uma lista de resultados, que é o que um mecanismo de pesquisa ofereceria.
O Google começou a Bard como uma página da web por conta própria, em vez de um componente de seu mecanismo de pesquisa, preservando um dos negócios mais lucrativos do setor de tecnologia.Os executivos do Google apresentaram o Bard como uma ferramenta criativa projetada para redigir e-mails e poemas e oferecer orientação sobre como envolver as crianças em novos hobbies.
A empresa está interessada em ver como as pessoas usam a tecnologia e refinará ainda mais o chatbot com base no uso e no feedback, disseram os executivos. Ao contrário de seu mecanismo de busca, porém, o Bard não foi projetado principalmente para ser uma fonte de informações confiáveis.
“Pensamos no Bard como um complemento à Google Search (pesquisa do Google)”, disse Sissie Hsiao, vice-presidente de produto do Google.