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Governadores querem fechar acordo para compensação para perdas com ICMS até março

Impasse segue sendo valor da compensação

Fátima Bezerra (PT), governadora do Rio Grande do NorteFátima Bezerra (PT), governadora do Rio Grande do Norte - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os governadores esperam fechar um acordo com a União até março para a compensação das perdas que tiveram com a mudança nas alíquotas do ICMS promovidas pelo governo Bolsonaro em 2022. O impasse ainda é o valor a ser compensado. Nesta terça-feira (14), um grupo de chefes do Executivo se reuniu com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para pedir colaboração em busca de uma solução.

O prazo que nós estamos trabalhando é para ontem. Mas estamos trabalhando é agora para março disse a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT).

O movimento dos governadores é uma tentativa de compensar a queda na arrecadação após o Congresso ter aprovado, em junho de 2022, um projeto endossado pelo governo Jair Bolsonaro para reduzir o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações, fixando em 17% ou 18%, a depender do estado, a alíquota máxima do tributo. O objetivo era baixar os preços, sobretudo da gasolina, às vésperas das eleições.

O impasse atual gira em torno do valor que será compensado. As contas dos estados apontam necessidade de reposição de R$ 45 bilhões. Na última semana, em reunião com o Tesouro, a União acenou com R$ 22 bilhões. Essas tratativas entre os estados e o Ministério da Fazenda ainda estão em andamento. Paralelamente, eles ampliaram o corpo a corpo com outros poderes.

A expectativa é de que outros temas, como a discussão sobre a sistemática de repasse do diferencial de alíquota (Difal) que está s Supremo Tribunal Federal (STF), possam ser incluídos no acordo.

Estamos procurando todos os poderes para tentar celebrar esse acordo sobre a compensação das perdas que os estados tiveram em função de alterações legislativas no ano passado. É uma discussão que está avançada, ainda não finalizada, mas faremos com todo o cuidado necessário pra garantir que esse acordo seja avalizado por todos os poderes: pela União, pelos 27 governadores, pelo Congresso Nacional e pelo Supremo Tribunal Federal explicou o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT).

Fonteles, que coordena o grupo de trabalho de governadores que discute a compensação do ICMS, disse que há uma preocupação em fazer uma regra firme, que não gere surpresas e que também garanta recomposição de verbas para municípios, que recebem parte da arrecadação do ICMS:

A bem da verdade os governadores foram surpreendidos (não ano passado). Havia, obviamente, muito ruído eleitoral. Agora há muito mais clima para fazer essa harmonização federativa envolvendo todos os poderes e todos os entes da federação, porque também os municípios são afetados, na medida que eles têm a cota-parte do ICMS. É algo que tem que ser muito conversado, dialogado, e estamos avançando bem.

No encontro desta terça com Lira e Pacheco estiveram presentes, também, os governadores Wilson Lima (Amazonas), Ronaldo Caiado (Goiás), Celina Leão (governadora em exercício do DF) e o vice-governador do Tocantins, Laurez Moreira.

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