Governo anuncia nova liberação de emendas e total é de R$ 7,7 bilhões até esta sexta
Pagamentos de emendas foram liberados pelo ministro Flávio Dino no dia 2 de dezembro
O governo federal anunciou que pagou nesta sexta-feira mais R$ 6 bilhões em emendas parlamentares, chegando a R$ 7,7 bilhões nesta semana —ontem foi anunciado o pagamento de R$ 1,7 bilhão. Desse valor, R$ 3,2 bilhões foram em transferências especiais, a chamada "Emenda Pix".
Esse valor ficou bloqueado por mais de dois meses por determinação do Ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal.
Leia também
• Para Refina Brasil, retirar imposto seletivo da exportação de petróleo é inconstitucional
• Reservas internacionais do Brasil são adequadas do ponto de vista precaucional, diz IFI
Segundo o Palácio do Planalto, os recursos estarão disponíveis nas contas das prefeituras e entidades beneficiadas até esta segunda-feira. Dos R$ 7,7 bilhões, R$ 3,4 bilhões pagos foram em emendas individuais, outros R$ 373 milhões em emendas de bancada.
O total de R$ 3,8 bilhões foram para área da saúde, mas o governo não especificou qual modalidade.
As "emendas Pix" oficialmente fazem parte das emendas individuais, mas tem um funcionamento diferenciado porque, até a decisão do ministro Flávio Dino, não exigiam que prefeituras ou governos estaduais firmassem convênios ou termos de fomento com a administração federal: os recursos iam diretamente para os cofres dos municípios ou do estados.
No formato tradicional, era necessário que os entes públicos assinassem algum tipo de acordo indicando como o recurso seria gasto, permitindo seu acompanhamento e fiscalização.
No último dia 2, após o Congresso aprovar um projeto com novas regras para emendas parlamentares, o ministro Flávio Dino, do STF, liberou o pagamento dos recursos. Em seu despacho, entretanto, ele impôs novos critérios de transparência.
Para as transferências especiais, chamadas de "emendas Pix", Dino condicionou o pagamento à apresentação de um plano de trabalho, contendo objeto e prazos para a obra que será contemplada pelos recursos. Esse plano, segundo a decisão, terá de ser aprovado pelo governo federal.
No caso das emendas desse tipo que já foram enviadas, foi estabelecido um prazo de 60 dias para apresentação do plano.
A nova regra aprovada pelo Congresso já prevê que o autor da emenda Pix deverá informar o objeto e o valor da transferência quando da indicação do ente beneficiado, com destinação preferencial para obras inacabadas.
Na última terça-feira, o governo federal publicou uma portaria também definindo as regras para o pagamento dessas emendas, passo essencial para sua liberação. O texto confirmou a exigência da apresentação de plano de trabalho para as emendas Pix.
Neste ano, os parlamentares indicaram R$ 8,2 bilhões em emendas Pix, valor recorde desde a implantação desse tipo de transferência, em 2020.
Desse total, R$ 7,6 bilhões já tinham sido empenhados durante o ano, mas pouco mais da metade, R$ 4,4 milhões já foram pagos, isto é, chegaram nas contas de prefeituras e governos estaduais. A expectativa é que o governo federal consiga liberar esses recursos até o final do ano, mas que não consiga fazer novos empenhos e pagamentos.