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BRASIL

Governo Central deve ter déficit de R$ 61,263 bi em fevereiro com precatórios, projeta Ipea

Cálculo considera aumento extraordinário nas despesas com precatórios apesar do aumento de dois dígitos na receita líquida no mês

Fachada do IPEAFachada do IPEA - Foto: Helio Montferre/IPEA

O resultado primário do governo central deve mostrar um déficit de R$ 61,263 bilhões em fevereiro, apontou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O cálculo considera um aumento extraordinário nas despesas com pagamentos de precatórios, apesar do aumento de dois dígitos na receita líquida no mês.

A receita líquida do governo central atingiu R$ 129,8 bilhões em fevereiro de 2024, um crescimento de 20,8% em relação a fevereiro de 2023, já descontada a inflação do período. A despesa totalizou R$ 191 bilhões em fevereiro de 2024, avanço de 27,5% em relação a fevereiro de 2023.

As estimativas preliminares, divulgadas nesta quarta-feira (13), em Carta de Conjuntura do Ipea, têm como base dados da execução orçamentária, registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal e obtidos por meio do Tesouro Gerencial, que "fornecem boa aproximação com os dados oficiais relativos ao resultado primário que será divulgado posteriormente pela Secretaria do Tesouro Nacional".

Em fevereiro, a receita total apresentou um crescimento real de 17,5% ante fevereiro do ano passado, para R$ 188,505 bilhões.

"Isso se deu em função do bom desempenho da arrecadação, tanto das receitas administradas pela Receita Federal do Brasil (RFB), expansão de 18,2%, como das não administradas pela RFB, com aumento de arrecadação de 61%, sempre em termos reais", apontam os pesquisadores Sergio Ferreira e Felipe Martins, da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada do Ipea, na Carta de Conjuntura.

Além disso, as receitas do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) cresceram 3,8% em fevereiro de 2024 ante fevereiro de 2023. Assim, a receita líquida, após as transferências legais e constitucionais, aumentou em R$ 22,3 bilhões, a preços constantes, em relação ao ano anterior.

Pelo lado da despesa total, o crescimento foi puxado pelo salto de 145,6% das outras despesas obrigatórias, R$ 31 bilhões a mais em fevereiro de 2024 ante fevereiro de 2023, totalizando R$ 51,623 bilhões no mês de fevereiro deste ano, "fortemente impactadas pelo pagamento de precatórios no mês".

Nessa categoria, o pagamento de despesas com sentenças judiciais e precatórios aumentou em 16.633,3% em fevereiro de 2024 em relação ao mesmo período do ano passado, R$ 29,4 bilhões a mais, totalizando R$ R$ 29,572 bilhões no mês.

Houve influência também no desempenho da despesa total de fevereiro do aumento de 18,1% nas despesas do Poder Executivo sujeitas à programação financeira, R$ 6 bilhões a mais, totalizando R$ 39,345 bilhões no mês.

No acumulado do ano (janeiro e fevereiro), o resultado primário é de um superávit de R$ 18,732 bilhões, queda de 54,0% ante o mesmo período do ano anterior. A receita líquida cresce

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