Governo continua com "caneta na mão" para tomar medidas contra inflação dos alimentos, diz ministro
Chefe da Agricultura, Carlos Fávaro, participou de audiência pública no Senado
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou, nesta quarta-feira, que o governo continua "com a caneta na mão" para tomar medidas voltadas à redução dos preços dos alimentos.
Fávaro lembrou que foram zeradas as alíquotas de importação de vários itens, para forçar a queda de preços ao consumidor, e avisou que não haverá "pirotecnia", como a taxação ou a criação de cotas de exportações, para garantir o abastecimento no mercado interno.
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— Talvez alguns esperassem que o governo fizesse pirotecnia, fosse fazer alguma cota, barrando a exportação, para depois dizer assim: olha, um governo intervencionista, que mundo nós estamos vivendo, não é? — disse o ministro, ao participar de uma audiência pública no Senado Federal.
Carlos Fávaro citou os Estados Unidos. O presidente americano, Donald Trump, tem adotado medidas protecionistas, como a elevação de tarifas, para barrar as importações e proteger as indústrias locais.
— Um governo liberal como o dos Estados Unidos fica fazendo taxação e um governo progressista no Brasil toma medidas ortodoxas, simples. Algumas (medidas) surtirão efeito, como a redução da tarifa do óleo de palma, essencial para a indústria de alimentos. O governo continua com a caneta na mão sem pirotecnia, sem medidas excepcionais.
Preocupado com a alta nos preços dos alimentos e o aumento da inflação, o governo anunciou, na semana passada, que iria reduzir a zero o Imposto de Importação de nove itens.
São eles: azeite, milho, óleo de girassol, sardinha, biscoitos, macarrão, café, carnes e açúcar.
Com a guerra comercial deflagrada pelos EUA, com sobretaxas que atingirão, principalmente, produtos chineses, existe a expectativa de o Brasil vender mais alimentos para a China, o que poderia diminuir a oferta no mercado doméstico e alta de preços.
Mas o governo aposta na retomada dos estoques reguladores públicos, para poder comprar e vender produtos internamente, em caso de necessidade.
— Quando a China desabilita 400 plantas bovinas americanas, o grande lugar do mundo que pode ser contemplado é o Brasil e a gente vai aproveitar essa oportunidade com toda certeza — disse Fávaro.