NEGOCIAÇÃO

Governo e Senado pedem ao STF prorrogação de prazo de acordo sobre desoneração da folha

Tempo dado por ministro Cristiano Zanin vence nesta semana, mas projeto ainda não foi votado

Plenário do STF durante sessão de julgamento Plenário do STF durante sessão de julgamento  - Foto: Andressa Anholete/STF

O Senado Federal e o Advocacia-Geral da União (AGU), que representa o governo federal, pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) para prorrogar até 30 de agosto o prazo dado pelo ministro Cristiano Zanin para se chegar a um acordo a respeito da desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia intensivos em mão de obra.

A desoneração chegou a ser suspensa pelo ministro a pedido do governo em abril. Após negociação entre o governo e senadores, o ministro deu 60 dias para que os poderes cheguem a um acordo sobre medidas de compensação. Esse prazo de 60 dias vence em 19 de julho. Porém, o projeto que trata do tema só deve ser votado em agosto.

A desoneração substitui a cobrança sobre a folha de pagamentos de setores intensivos em mão de obra por uma alíquota sobre o faturamento das empresas. O acordo é para que a desoneração siga em vigor neste ano e seja iniciada uma reoneração gradual até 2027.

— Há uma indefinição sobre as fontes de compensação. Nos resta o consenso sobre a compensação, talvez isso não esteja suficientemente maduro para dar o conforto para o Congresso Nacional votar essa matéria — disse o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Propostas
Os senadores têm argumentado que as medidas de arrecadação sugeridas por eles seriam suficientes para cobrir cerca de R$ 18 bilhões em 2024, considerando também a desoneração da folha de municípios. Por outro lado, a Fazenda afirma que as medidas não cobrem esse valor.

Por isso, a Fazenda propôs uma espécie de "gatilho" para aumentar a CSLL em até 1 ponto percentual caso as medidas não sejam suficientes. A CSLL é cobrada sobre o lucro das empresas. A ideia era que o aumento da cobrança poderia variar de 0 a 1 ponto percentual. Mas até agora não houve acordo com os senadores, que se recusam a onerar mais empresas. Por isso, ainda não houve votação do texto.

Os parlamentares haviam sugerido, entre as medidas, um programa de incentivo às empresas para o pagamento de multas devidas às agências reguladoras, a repatriação de recursos no exterior, além da taxação das compras internacionais de até US$ 50 (o que já foi aprovado). Para a Fazenda, seria necessária ao menos mais uma medida com forte impacto de arrecadação.

A desoneração da folha permite que empresas substituam a contribuição previdenciária, de 20% sobre os salários dos empregados, por uma alíquota sobre a receita bruta do empreendimento — que varia de 1% a 4,5%, de acordo com o setor e serviço prestado. Os setores atingidos e trabalhadores consideram a medida fundamental para manter emprego e renda.

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