Governo exclui 400 mil beneficiários do Bolsa Família registrados como família de uma pessoa só
Pente-fino realizado em programa mira cadastros irregulares incluídos durante a gestão de Jair Bolsonaro
O governo informou nesta sexta-feira (3) que retirou 400 mil beneficiários do Bolsa Família em março após o pente-fino nas inscrições de famílias de uma pessoa só. O Ministério do Desenvolvimento Social já identificou 4,9 milhões de inscrições no Cadastro Único (CadÚnico) das chamadas famílias unipessoais e está fazendo uma revisão mais detalhada dos dados, por suspeita de irregularidades, em cerca de 1,5 milhão de beneficiários.
"Já saíram do programa em março cerca de 400 mil pessoas registradas com cadastros unipessoais. Essas saem em março não porque são unipessoais, mas porque estão acima do critério de renda admitido pelo programa", explicou Letícia Bartholo, secretária de avaliação de gestão da informação e do Cadastro Único do ministério.
A secretária ainda ressaltou que 4,98 milhões de famílias unipessoais terão os dados averiguados ao longo do ano, de março a dezembro, e que bloqueios em caso de irregularidades serão feitos a partir de maio.
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O trabalho de revisão do CadÚnico se concentra em duas frentes: renda e composição familiar. Para a verificação de renda, é feito um cruzamento de dados com outras bases do governo, como o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS).
Uma estimativa preliminar é de que há 16,6 milhões de inscrições no CadÚnico que precisam de correção de dados de renda. Essa número não diz respeito apenas a beneficiários do programa de transferência de renda, mas sim de todo o sistema.
A verificação da composição familiar conta com a apuração dos municípios, que terão capacidade de fazer essa averiguação.
O ministro Wellington Dias reforça que o CadÚnico só estará totalmente atualizado até o final do ano: "Estamos agilizando, com empenho para tratar da averiguação da parte que tem chance de mais irregularidades".