Governo faz últimos ajustes no "Novo PAC" e pede sigilo a governadores sobre obras e investimentos
Ministro da Casa Civil, Rui Costa, vai apresentar programa a Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. Lula pediu grande evento de lançamento, que acontecerá no Theatro Municipal do Rio
O governo trabalha nos últimos ajustes do Novo PAC dias antes de seu lançamento, marcado para sexta-feira, às 11h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O plano de investimento terá 2 mil obras, das quais 300 são indicações dos governadores e 1,7 mil foram escolhidas pelo governo federal.
Em uma última rodada de reuniões, a Casa Civil já informou a todos os chefes de executivo estaduais os empreendimentos que serão contemplados em cada estado. A última conversa ocorreu na sexta-feira com o governador de Alagoas, Paulo Dantas.
O Planalto pediu que, por gentileza ao presidente, os governadores mantenham sigilo sobre quais obras e qual o montante de investimento em seus estados até a data de lançamento do programa. Ainda não há um número consolidado. Até quinta-feira, novas obras de interesse do Planalto poderão ser incluídas a depender do espaço orçamentário.
Até quinta-feira, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, vai apresentar o Novo PAC aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em conversas separadas, em um gesto de deferência às duas Casas. Em uma terceira agenda, Costa levará o plano de investimentos do governo a líderes do Congresso.
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À frente da coordenação do programa, Costa tenta se blindar de críticas de que o Novo PAC foi discutido à revelia do Congresso. O ministro pretende mostrar a parlamentares que o programa será abrangente e contemplará as principais prioridades de cada estado. Costa também quer sinalizar que está aberto ao diálogo, após sofrer críticas sobre sua relação com os parlamentares no primeiro semestre.
Para lançar o programa, que é uma das principais apostas do governo para o segundo semestre, Lula pediu um grande evento. No Theatro Municipal, serão 800 convidados entre governadores, entidades de classe e trabalhadores, empresários, investidores e políticos. No Planalto, a expectativa é de que seja o maior evento do governo neste ano.
Como adiantou ao Globo, Rui Costa prevê R$ 60 bilhões ao ano em investimentos públicos no PAC. De acordo com integrantes do ministério, há espaço fiscal previsto para o investimento, independentemente da aprovação do arcabouço fiscal na Câmara.
Além do investimento público, estão previstos valores de financiamentos em bancos públicos, concessões e PPP, números que ainda serão fechados nos próximos dois dias.
O programa terá sete eixos de investimentos: transportes (como rodovias e portos), água (em projetos como abastecimento e saneamento), transição e segurança energética (petróleo, gás, linhas de transmissão, mineração, entre outros), infraestrutura urbana (Minha Casa, Minha Vida, prevenção de desastres, mobilidade), inclusão digital, infraestrutura social (educação, saúde, cultura, entre outros) e defesa.
O Novo PAC é a aposta do Palácio do Planalto para geração de empregos por meio de obras em todos os estados. Marca das gestões petistas, o PAC terá um monitoramento centralizado na Casa Civil. Com isso, o governo espera identificar gargalos em comum e soluções transversais.
Em janeiro, o desenho do novo PAC teve, como ponto de partida, uma lista de 417 obras, empreendimentos prioritários e projetos apresentados pelos governadores em uma reunião com Lula. Agora, essa relação foi reduzida para cerca de 300.