Energia

Governo federal determina redução de consumo de energia em prédios públicos

O decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro indica alternativas para o melhor uso dos equipamentos consumidores de energia

Energia Energia  - Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

O governo federal publicou nesta quarta-feira (25) decreto com medidas para a redução do consumo de energia nos prédios públicos da administração federal. A expectativa é conseguir uma economia de 10% a 20% em comparação ao consumo anterior à pandemia.

A medida é mais um reforço na busca de garantir o suprimento de energia até o verão, quando espera-se que as chuvas voltem a cair sobre os reservatórios das hidrelétricas. Nesta terça (25), o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) avaliou que a situação hídrica do país teve "relevante piora".

O decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro indica alternativas para o melhor uso dos equipamentos consumidores de energia, como sistemas de ar condicionado, iluminação, computadores, geladeiras e freezers, aquecedores de água, elevadores e bebedouros.


O texto determina que órgãos e entidades relacionadas à administração federam criem comissões internas de conservação de energia para assessorar os dirigentes na adoção das medidas. Essas comissões deverão funcionar até 30 de abril de 2022.
A comparação do consumo atual com a média de mês equivalente nos anos de 2018 e 2019 deverá ser publicada na internet. Os órgãos que não conseguirem atingir as metas de economia terão que apresentar justificativa.

Entre as medidas sugeridas, estão o uso de ventilação natural nos dias com temperaturas amenas, a imposição de limites às temperaturas de aparelhos de ar condicionado, o uso de iluminação natural quando possível, a redução da iluminação em pátios de estacionamento, garagem e áreas externas e cuidados com computadores e geladeiras.

"O decreto é fruto de discussões realizadas no âmbito da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG), que tem atuado de forma a preservar os recursos hidroenergéticos e manter a segurança e continuidade do fornecimento de energia elétrica, tendo em vista o quadro de escassez hídrica que o País enfrenta", disse o MME (Ministério de Minas e Energia).

A administração pública direta e indireta dispõe hoje de mais de 22 mil edificações próprias e cerca de 1.400 imóveis alugados, como escritórios, escolas, hospitais e universidades.

"Por meio do decreto", diz o ministério, "o governo federal se une ao esforço realizado pela sociedade na tomada de medidas de redução do consumo de energia elétrica, necessárias para o enfrentamento da situação hidroenergética desfavorável".

O CMSE avalia que, "predomina a degradação dos cenários observados e prospecções futuras, com relevante piora, fazendo-se imprescindível a adoção de todas as medidas em andamento e propostas, destacadamente a alocação dos recursos energéticos adicionais e flexibilizações de restrições hidráulicas".

O comitê propôs a flexibilização das restrições operativas na bacia do rio São Francisco e a redução de cotas mínimas em outras bacias, para uso dos estoques energéticos que vinham sendo poupados. Decidiu ainda apresentar à Creg um plano de incentivo à economia por pequenos consumidores, a exemplo de proposta já feita para consumidores de grande porte.

O engajamento de todos os consumidores é alvo de cobrança de especialistas, que veem as medidas anunciadas até agora como insuficientes para garantir o suprimento até o fim do ano e com alto potencial de pressão sobre a conta de luz.

Nesta terça, o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) propôs um sistema de bonificação a clientes que economizarem energia por meio de descontos na bandeira tarifária, a taxa extra cobrada sobre a conta de luz para custear as térmicas.

Veja também

Selic: aumento da taxa de juros afeta diretamente consumidor
Taxa de juros

Selic: aumento da taxa de juros afeta diretamente consumidor

Wall Street fecha em baixa após corte nos juros pelo Fed
Bolsa de Nova York

Wall Street fecha em baixa após corte nos juros pelo Fed

Newsletter