Governo Lula faz primeira reunião com representantes de Trump após taxação de aço e alumínio
Encontro será nesta sexta-feira, enquanto Executivo brasileiro discute com reagir
Representantes dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump e americano terão o primeiro encontro, nesta sexta-feira, desde que passou a valer formalmente a taxação de 25% das importações de aço e de alumínio pelos Estados Unidos.
A reunião será realizada no Itamaraty com secretários do Ministério de Indústria e Comércio e de Relações Exteriores e emissários do Representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer.
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O encontro terá caráter técnico e envolverá apenas representantes de segundo escalão, sem a presença do ministro e vice-presidente Geraldo Alckmin e do chanceler, Mauro Vieria, que está em viagem à África.
No governo, a reunião é vista como o primeiro passo de uma negociação que deverá ser longa para tentar neutralizar os efeitos negativos das medidas norte-americanas.
Será um primeiro contato após a formalização das tarifas e não há expectativa de resultados imediatos. E
nquanto tenta mitigar os efeitos negativos das medidas, integrantes da equipe de Lula afirmam que um dos pontos sensíveis das conversas é de que o governo norte-americano é bastante imprevisível.
Em nota divulgada na quarta-feira, o governo brasileiro afirmou que vai avaliar "todas as possibilidades de ação no campo do comércio exterior" para responder à aplicação de tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio.
O governo lamentou a decisão do presidente americano, Donald Trump, e disse que vai defender os interesses brasileiros junto à Organização Mundial do Comércio.
Além de adotar a taxa de 25%, os EUA também cancelaram todos os acordos vigentes até então.
O Brasil, por exemplo, tinha um acerto de cotas de importação com o governo americano.
Segundo o Itamaraty, a medida terá "impacto significativo sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio para os EUA". Em 2024, o volume foi da ordem de US$ 3,2 bilhões.
A nota também menciona que os EUA mantêm um superávit comercial de longa data com o Brasil, que foi, em 2024, da ordem de US$ 7 bilhões, somente em bens.