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Produção de reatores

Governo negocia parcerias com EUA, Rússia e China para produzir pequenos reatores nucleares

Ministério de Minas e Energia pretende ampliar exploração de urânio no Brasil.

Fachada do prédio do Ministério Minas e Energia Fachada do prédio do Ministério Minas e Energia  - Foto: Ricardo Botelho / MME

O governo está em tratativas com Estados Unidos, Rússia e China para implementação de uma rede de pequenos reatores nucleares no Brasil. O Ministério de Minas e Energia (MME) estuda uma política nacional para desenhar uma cadeia nuclear e ampliar a exploração local de urânio.

Há cerca de quatro meses o tema é estudado internamente no MME, que pretende lançar a política no início do ano que vem.

O projeto prevê pontos como a modernização da usina nuclear Angra 1 e conclusão das obras de Angra 3, e a exploração de recursos minerários de urânio e a implementação da cadeia nuclear.

O Brasil detém a sexta maior reserva mundial de urânio, com cerca de 309 mil toneladas, mas somente 30% do solo nacional foi prospectado. No ministério, a interpretação é que o recurso é subutilizado no Brasil e que o país pode se tornar o terceiro maior produtor mundial.

A geração nuclear também não prejudicaria o projeto de transição energética do governo, já que é uma fonte limpa, pois não emite gases poluentes.

A ideia é desenhar toda a cadeia nuclear, começando pela intensificação de estudos sobre as reservas locais e ampliação da mineração de urânio nacionalmente.

Em outra linha, a política nacional também vai prever a implementação de pequenos reatores de energia nuclear no Brasil. Para isso, a pasta já conversou com representantes de governos dos Estados Unidos, China, e nesta segunda-feira vai receber executivos da Rosatom, corporação estatal russa de energia nuclear, para tratar sobre o tema.

O tema seria tratado na visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Rússia com o presidente Vladimir Putin, mas acabou adiado após o acidente doméstico do mandatário brasileiro.

O objetivo é atrair a produção de pequenos reatores no país com acordos de “transferência de tecnologia” para que o Brasil eventualmente se torne independente em sua produção local.

Com a ampliação, o governo espera atrair investimento para abertura de novas operações de data centers, que consomem uma grande quantidade de energia.

Por lei, a União tem o monopólio da exploração de urânio por meio da Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Ou seja, todo projeto que prevê mineração do metal radioativo deve passar pela INB.

O governo pretende impulsionar a produção da INB, que retomou a exploração de urânio em dezembro de 2020, na Mina do Engenho, em Caetité, no Sudoeste da Bahia, onde foi descoberta uma nova lavra.

Em Santa Quitéria (MG), a INB aguarda autorização do Ibama para começar a explorar a maior reserva de urânio do país. A proposta é explorar a jazida situada na fazenda Itataia, que fica entre os municípios de Santa Quitéria e Itatira, a cerca de 210 quilômetros de Fortaleza. O projeto tem um potencial estimado de produção de 2 mil toneladas de urânio por ano.

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