Logo Folha de Pernambuco

Economia

Governo poderá liberar até R$ 4,8 bilhões para ministérios

Em abril, R$ 9,3 bilhões haviam sido contingenciados

Ministério da EconomiaMinistério da Economia - Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Após vetar R$ 19,8 bilhões e bloquear R$ 9,3 bilhões do Orçamento no fim de abril, o governo poderá liberar até R$ 4,8 bilhões nas próximas semanas. A informação consta do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, divulgado, nesta sexta-feira (21), pelo Ministério da Economia. Elaborado a cada dois meses, o relatório orienta a execução do Orçamento.

Com base em cenários de evolução da receita, dos gastos obrigatórios e do cumprimento da meta de déficit primário e do teto de gastos, o documento traça cenários da parcela do Orçamento que pode ser contingenciada (bloqueada) ou liberada a cada bimestre.

O relatório divulgado, nesta sexta, abre caminho para a recomposição da verba para ministérios e órgãos afetados pela negociação do Orçamento aprovado neste ano. Aprovado com cerca de R$ 30 bilhões remanejados de gastos obrigatórios para emendas parlamentares, o Orçamento de 2021 foi sancionado com vetos (bloqueios definitivos) de R$ 19,8 bilhões e contingenciamentos (bloqueios temporários) de R$ 9,3 bilhões. O acordo para os vetos parciais foi fechado para evitar o descumprimento de regras fiscais por parte do governo.

A liberação foi possível porque o governo revisou para baixo a estimativa de despesas obrigatórias, como subsídios e seguro-desemprego, que abriu espaço de R$ 4,8 bilhões no teto federal de gastos. Esse espaço fiscal ajudará a desafogar o orçamento de ministérios e de órgãos que estavam ameaçados de parar no segundo semestre. Com o valor a ser liberado, o valor contingenciado do Orçamento de 2021 caiu de R$ 9,3 bilhões para R$ 4,521 bilhões.

Déficit menor
O relatório também reduziu de R$ 286 bilhões para R$ 187,7 bilhões a previsão de déficit primário do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) neste ano. Isso foi possível porque a previsão de receitas líquidas da União aumentou, de R$ 1,345 trilhão para R$ 1,433 trilhão. Isso foi possível porque a previsão de crescimento da economia passou de 3,2% para 3,5% em 2021.

“Continuamos com déficit, mas com trajetória de melhora ao longo do ano. A previsão para o déficit caiu pelo grande efeito pelo lado da receita, e com despesa controlada, mesmo com créditos extraordinários. A gente tem uma trajetória mais forte de um déficit menor do que projetava anteriormente”, disse o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Bruno Funchal.

O déficit primário representa o resultado negativo das contas do governo desconsiderando os juros da dívida pública. Desde 2014, o Governo Central registra déficits primários, o que tornará 2021 o oitavo ano seguido de resultados negativos.

Com as reestimativas, a equipe econômica espera que o governo feche o ano com déficit primário abaixo da meta estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2021, que é de até R$ 247,118 bilhões. A estimativa de créditos extraordinários (fora do teto de gastos) foi mantida em R$ 99,5 bilhões, por causa dos gastos relacionados ao enfrentamento da pandemia de covid-19.

Veja também

Governo bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024
Orçamento de 2024

Governo Federal bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde
Bolsa de Nova York

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde

Newsletter