Governo proíbe eventos e criação de aves ao ar livre para previr a gripe aviária
Executivo vê "ameaça iminente de reingresso da doença no território nacional"
Portaria do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) suspende, em todo o território nacional, a realização de exposições, torneios, feiras e outros eventos com aglomeração de aves.
Além disso, a criação de aves ao ar livre, com acesso a piquetes sem telas na parte superior, também está suspensa em estabelecimentos registrados.
A medida entra em vigor imediatamente e terá duração de 180 dias, com possibilidade de prorrogação.
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O texto foi publicado para mitigar o risco de ingresso e disseminação da gripe aviária no país. Para o governo, há "ameaça iminente de reingresso da doença no território nacional, em função de novos focos de gripe aviária na América do Sul".
A medida tem como objetivo prevenir a propagação da doença e poderá ser flexibilizada apenas com a autorização do Serviço Veterinário Estadual.
A gripe aviária diz respeito a um conjunto de cepas do vírus influenza que geralmente circulam entre aves, mas causam casos esporádicos em outras espécies. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2003 até o fim do ano passado foram registrados 939 casos humanos em 24 países, dos quais 464 evoluíram para a morte (49%).
Desde 2022 uma versão do patógeno chamada de H5N1, identificada pela primeira vez ainda em 1996, tem ganhado tração e se disseminado de forma contínua entre aves silvestres e domésticas e chegando a novas espécies de mamíferos, como leões-marinhos na América do Sul, furões na Europa e agora o gado leiteiro nos Estados Unidos.
O vírus se espalha ainda geograficamente, chegando a novas regiões do planeta, como até mesmo a Antártica.