Guedes defende reavaliação do Mercosul e corte de tarifa do bloco
Para o ministro, por conta de um desalinhamento de interesses entre os países membro, o Mercosul perdeu participação no comércio brasileiro e isolou o país de outros fluxos de comércio no mundo
O ministro Paulo Guedes (Economia) defendeu nesta sexta-feira (23) uma reavaliação do Mercosul, com maior flexibilidade para que membros negociem individualmente acordos bilaterais, além de uma redução nas tarifas de importação do bloco.
De acordo com o ministro, por conta de um desalinhamento de interesses entre os países membro, o Mercosul perdeu participação no comércio brasileiro e isolou o país de outros fluxos de comércio no mundo.
"Às vezes, avançar [na abertura comercial] é permitir velocidades diferentes a quem está mais preparado e mais disposto a fazer esse avanço. Devíamos ter essa liberdade de ter ritmos um pouco diferentes", disse em sessão do Senado.
Para Guedes, o conjunto tem sido importante em negociações como a do acordo com a União Europeia, mas, diante da fragilização de membros como a Argentina, o governo gostaria de flexibilizar as regras sobre acordos comerciais do bloco.
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"Juntos somos mais fortes, mas gostaríamos de estar conversando com bloco que se formou na Ásia, Canada, Japão, Coreia do Sul e achamos importante que haja essa liberdade de negociação para que os dois, três ou quatro membros tenham a possibilidade de achar o que for mais conveniente", disse.
O segundo ponto defendido pelo ministro é uma redução da TEC praticada pelo Mercosul. Segundo ele, o governo compreende a situação de dificuldade de membros do bloco, mas ressaltou que é preciso mostrar que a direção é a da abertura econômica.
Guedes afirmou que a proposta do Brasil é de um corte linear de 10% na tarifa, proporção considerada baixa por ele.
Em março, em reunião virtual com membros do Mercosul, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já havia defendido o corte na TEC.
"Defendemos a modernização do bloco, com a atualização da tarifa externa comum como parte central do processo de recuperação de nosso dinamismo", afirmou Bolsonaro na ocasião.