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Indicação

Guedes diz ter apresentado nome do indicado do Brasil para a presidência do BID

Ministro, que participou em Washington das reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial, propôs mandato de cinco anos sem reeleição para a instituição de desenvolvimento

Paulo GuedesPaulo Guedes - Foto:

O ministro Paulo Guedes afirmou nesta sexta-feira (14) ter apresentado o nome do indicado do Brasil à sucessão do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) à secretária do Tesouro nos Estados Unidos, Janet Yellen, e tenta o apoio dela para a aprovação. Guedes concedeu entrevista na sede da Embaixada do Brasil nos EUA, após participação nas reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial durante a semana.

A resposta da americana ainda é uma incógnita, não se sabe se os EUA têm candidato, mas Guedes disse que Yellen demonstrou aprovação ao ouvir no nome de seu indicado, que seria alguém com curriculum impecável com experiência nos setores públicos e privados e com bom trânsito na burocracia de Washington, D.C.

Mesmo com a falta de alinhamento entre os presidentes Bolsonaro e o presidente dos EUA, Joe Biden, Guedes acredita que o nome de seu indicado seria bem aceito, independentemente do resultado das eleições. Guedes também conversou com ministro das Finanças da Colômbia, México e Chile sobre sua indicação. Segundo ele, o Chile vai lançar candidato, mas vai tentar alianças com outros países latinos.

Durante a entrevista, Guedes resolveu responder sobre o apoio de lideranças liberais ao ex-presidente Lula. “Tivemos 30 anos de social-democracia, o Brasil cresceu zero nos últimos 10 anos. O modelo econômico que a social-democracia colocou no Brasil corrompeu a economia. PT e PSDB disputavam o poder e hoje vemos que sempre estiveram juntos. Será que eles são liberais mesmo? Eles são ofensivos contra nós. Estão tentando arrumar emprego, querem trabalhar para o Lula. É abstinência de poder, estão doidos pra voltar”, declarou.

Guedes disse que se sente ofendido quando fazem críticas a ele dizendo que ataca a democracia. “Fazem críticas políticas e são negacionistas quanto ao fato econômico. Lula possivelmente vai convocá-los. Eu peço desculpas antecipadamente, não quero ofendê-los. Só acho mesmo que querem trabalhar para o Lula”, comentou.

Paulo Guedes teve uma agenda intensa durante a semana. A sexta-feira começou com um café-da-manhã com ministros da Fazenda de vários países. Segundo ele, o tom foi de muito receio, o clima foi de pessimismo e todos estão certos de que enfrentam problemas muito sérios.

“Dificuldades econômicas, inflação de alimentos, energia, Covid... O clima é de desalento, a ficha caiu. Está todo mundo preocupado porque os EUA anunciaram que vão continuar aumentando os juros”, comentou. A guerra na Ucrânia também foi tema do encontro. Brasil entende que manter os sansões econômicas vai só escalar a guerra".

No discurso ao comitê do FMI, Guedes falou durante três minutos e defendeu que a Organização das Nações Unidas (ONU) tem de produzir a paz. “É a hora de as instituições multilaterais internacionais mostrarem para que elas existem. Devemos fornecer liderança. Bancos centrais devem ser banco central. Eles devem combater a inflação. O Banco Mundial fornece ajuda agora aos mais vulneráveis. Ajuste fiscal e monetário é o mandato central do FMI”, afirmou.

Guedes disse que a guerra é a primeira preocupação de todos. “Essa crise vai durar muito mais tempo do que eles pensavam, inflação vai demorar mais e estamos preocupados com a estabilidade financeira do mundo. São tempos difíceis pela frente, mas podemos gerenciá-los”, disse, ao comitê do FMI.

O ministro apresentou dados da economia do Brasil em praticamente todos os encontros em que participou.

“O Brasil agiu antes, talvez pelas nossas experiências no passado. Os EUA disseram que estão tentando evitar uma recessão aqui. O Real já valorizou em 8% em relação ao dólar. Reduzimos de 14,9% para 8,9% a taxa de desemprego. Estamos voltando e eles estão indo”, ressaltou.

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