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Guedes fala em 'boato' de acordo entre Maia e esquerda para travar privatizações

Após Maia dizer que Guedes interdita reforma tributária, ministro afirma que não há razão para interditar privatizações

Paulo Guedes, ministro da economiaPaulo Guedes, ministro da economia - Foto: Alan Santos/PR

Após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmar que Paulo Guedes (Economia) interditou a reforma tributária, o ministro disse nesta quarta-feira (30) que há boatos de que Maia fez um acordo com a esquerda para travar privatizações.

A troca de acusações é feita em público. Na terça-feira (30), o presidente da Câmara publicou uma pergunta em suas redes sociais. "Por que Paulo Guedes interditou o debate da reforma tributária?", escreveu.

Menos de 24 horas depois, Guedes respondeu em transmissão ao vivo pela internet, ao comentar os dados do emprego formal.

"Privatizações, estamos esperando também. Não há razão para interditar as privatizações. Há boatos de que haveria um acordo do presidente da Câmara com a esquerda para não pautar as privatizações. Nós precisamos retomar as privatizações, temos que seguir com as reformas", disse.

Nesta semana, líderes partidários afirmaram que não há acordo para a reforma tributária defendida por Guedes, que prevê a criação de um imposto aos moldes da extinta CPMF para compensar um corte de encargos trabalhistas.

Na avaliação de parlamentares ligados a Maia, o presidente da Câmara respondeu a crítica feita antes pelo ministro da Economia.

Em agosto, após ser alvo de críticas por causa da ideia de apresentar uma nova CPMF, Guedes disse que Maia não poderia impedir a discussão sobre o novo imposto.

"Nem o ministro pode querer impor um imposto que a sociedade não queira, nem o relator, o presidente da Câmara, o presidente do Senado, o presidente da República pode impedir um debate sobre qualquer imposto", afirmou o ministro em agosto.

Segundo líderes a par das discussões, o próprio Bolsonaro mandou interromper de novo a perspectiva de envio do projeto depois que líderes mostraram resistência à nova CPMF.

Agora, avaliam deputados, o governo, se decidir encaminhar, só enviará a proposta após as eleições municipais.

Guedes defende que seja destravada a pauta de privatizações, mas não tem obtido sucesso. Nem mesmo a venda de participação da Eletrobras, pauta que vem do governo Michel Temer, avançou.

Essa não é a primeira desavença pública entre Maia e Guedes. Na entrega da reforma administrativa, no início de setembro, o presidente da Câmara disse que Guedes havia proibido sua equipe de fazer interlocução direta com ele.

Antes, os dois também entraram em atrito durante a tramitação da reforma da Previdência.

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