Comércio

Guerra da Ucrânia atinge o varejo, e Nike e Ikea fecham lojas na Rússia

AirBnb deixa de aceitar reservas no país, e alemã Basf paralisa produção

Logo da NikeLogo da Nike - Foto: Justin Sallivan / AFP

A guerra da Ucrânia chegou a um novo capítulo, agora no setor de varejo, com empresas que atuam na Rússia fechando as portas.

A Nike, depois de tornar indisponíveis as compras de mercadorias em seu site e aplicativo na Rússia, pois não poderia garantir a entrega de mercadorias aos clientes no país, anunciou que fechará temporariamente todas suas lojas no país, juntando-se a uma série de marcas ocidentais que suspenderam negócios no país após a invasão na Ucrânia.

Já a rede americana de varejo TJX disse que venderá sua participação de 25% na varejista russa de roupas de baixo custo Familia, com dois de seus executivos também renunciando aos cargos de diretor e observador.

A rede varejista de móveis Ikea também está fechando todas as suas lojas e interrompendo a produção no país, além de suspender exportações e importações para a Rússia e Bielorrússia.

O conflito entre os dois países já tinha atingido em cheio a indústria automotiva, com montadoras de vários paises suspendendo seus negócios com a Rússia e a exportação de veículos para o país, e setores de infraestrutura,  como petroleiras e grupos de transporte marítimo. O cerco chegou aos games, com os times russos sendo retirados dos jogos da Fifa e NHL 22.

A Airbnb está deixando de aceitar reservas na Rússia e na Bielorrússia. A decisão foi anunciada pelo presidente-executivo Brian Chesky em um post no Twitter, sem dar mais detalhes.

A empresa não informou publicamente o tamanho de seus negócios na Rússia ou na Europa Oriental. Um porta-voz da empresa não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A alemã Basf,  uma das maiores empresas de produtos químicos do mundo, informou que interrompeu novos investimentos na Rússia e na Bielorrússia, mas continuará realizando atividades existentes nas duas nações de acordo com as sanções ocidentais.

"Novas oportunidades de negócios na Rússia e na Bielorrússia não serão buscadas, a única exceção está relacionada à produção de alimentos no contexto de esforços humanitários", disse uma porta-voz da Basf nesta sexta-feira.

A Basf atua na Rússia há mais de 145 anos. Possui cerca de 700 funcionários no país trabalhando em 12 localidades. Atende principalmente as indústrias de agricultura, saúde, automotiva e construção no país. Em 2021, a Rússia respondeu por cerca de 1% das vendas totais da empresa alemã.

 

Os efeitos da guerra já começam a respingar fora da Rússia. A Michelin disse que interromperá a produção em algumas de suas fábricas na Europa por alguns dias nas próximas semanas para otimizar e adaptar as operações, à medida que a guerra atinge a cadeia de suprimentos.

"Por causa da crise atual, e como muitos players industriais na Europa, o Grupo Michelin também está enfrentando grandes problemas logísticos e de transporte para abastecer suas fábricas e entregar aos clientes", disse o fabricante de pneus francês, acrescentando:

"A Michelin está analisando em tempo real as sanções que a comunidade internacional implementou e já está cumprindo as que estão em vigor", disse.

A fabricante de pneus é a mais recente empresa automotiva a relatar interrupções na cadeia de suprimentos ou suspensões de produção devido à guerra da Rússia na Ucrânia, já que fornecedores fecham fábricas locais e sanções e rotas comerciais interrompidas afetam os embarques.

O Spotify também anunciou que fechou o seu escritório na Rússia, além de colocar restrições aos usuários quanto ao acesso de programas da mídia estatal russa. Porém, o serviço da empresa de streaming de áudio continua disponível no país.

A prioridade, segundo a empresa, foi dar segurança aos seus funcionários e garantir que o serviço de streaming continuasse a servir como uma importante fonte de notícias globais e regionais.

O Spotify acrescentou que revisou milhares de conteúdos desde o início dos conflitos entre a Rússia e a Ucrânia e optou por restringir os procedentes de veículos de comunicação controlados pelo governo russo.

 

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