Haddad afirma que inflação vai se acomodar e nega contradição de medidas de crédito e alta de preços
Governo pretende facilitar empréstimos consignados para trabalhadores do setor privado
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira que a inflação vai se acomodar antes do que o mercado prevê. Ele ainda negou contradição entre medidas de crédito que estão sendo anunciadas pelo governo e a alta de preços.
— Nossa perspectiva é de que as coisas se acomodem antes do que o mercado prevê — disse o ministro.
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Na última segunda, o mercado financeiro aumentou a projeção da inflação e do crescimento da economia para este ano.
Segundo o Boletim Focus, do Banco Central, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficará em 5,58%, ante os 5,51% da semana passada. Para 2026, a expectativa subiu de 4,28% para 4,30%. Foi o sétimo aumento consecutivo no indicador.
A partir de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo é de 3% – e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Pelo sistema de metas, o BC tem de calibrar os juros para tentar manter a inflação dentro do intervalo existente.
— Se isso acontecer (inflação ficar fora da meta) e for confirmado, (o BC) vai apresentar um plano de trabalho para trazer a inflação para a meta. Mas as indicações são boas do que já está acontecendo em relação a isso.
O governo prepara o lançamento de medidas de crédito como o consignado para o setor privado. Medidas como essa são vistas como inflacionárias, pois aumentam o consumo.
Além disso, podem tirar força da política monetária. Haddad, porém, negou contradição.
— Não há contradição, o cidadão brasileiro assalariado com garantia pagar 5,5% ao mês (de juros) não é justo. O banco está cobrando isso porque não tem garantia, estamos criando o programa para criar uma garantia e diminuir o spread — afirmou.